Pensamentos



"A sociedade que aceita qualquer jornalismo não merece jornalismo melhor." ALBERTO DINES


segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Beleza x Saúde


Elana Mazon, Esther Louro, Manuelle de Lima, Marcela Lorea,
Maria da Graça Siqueira e Mônica Bandeira

Com a chegada do verão aumenta a preocupação com a questão estética. O que antes estava escondido pela roupa começa a aparecer juntamente com o calor. Nesta época do ano há uma busca crescente por academias, clínicas de estética, lojas de produtos naturais e de suplementos, além dos remédios e dietas. Com isso, nos vêm a questão: a partir de que momento a questão estética se torna um risco à saúde?

É evidente que grande parte das pessoas procura, primeiramente, as academias de ginástica para perder peso. O instrutor da Academia Viva Fitness Center, Cássio da Silva, afirma que no final do inverno há aumento no número de alunos. Além disso, é visível que nesta época do ano as mulheres retomam a atividade física, enquanto os homens a praticam durante o ano inteiro. Para ele, a questão estética é o principal fator para o aumento de alunos. Entre as mulheres, as aulas de ginástica são as mais procuradas, enquanto os homens se interessam mais pela musculação.
Quando a academia não dá resultados rápidos, como muitas pessoas desejam, há formas alternativas para se chegar ao “corpo perfeito”.  As lojas de suplementos alimentares possuem vários tipos de produtos para diversos objetivos. O proprietário de uma loja deste ramo afirma que, com a chegada do verão, as mulheres compram mais suplementos que auxiliam na perda da gordura localizada, os chamados termogênicos.  Já os homens, produtos para ganhar mais musculatura e até mesmo para evitar a perda da mesma.  Por fim, ele destaca que há suplementos para pessoas que não conseguem fazer de seis a sete refeições diárias, para assim suprir a demanda calórica perdida durante o dia.

Como sempre ocorreu, a mídia influencia muito a vida das pessoas. Hoje em dia existem inúmeras revistas e sites que fornecem dietas e remédios milagrosos. Um exemplo é a dieta do chá de três ervas, que promete emagrecer 6 kgs em um mês.
Em decorrência desses meios de comunicação, há um aumento significativo em lojas de produtos naturais e farmácias de manipulação. Na loja Sabor do Grão, a atendente Clarissa Norenberg diz que as pessoas procuram produtos milagrosos e que a cada semana um está em evidência. Na Botica Pelotense, a atendente Maria Aparecida Motta também conta que em cada semana há um remédio novo para emagrecimento rápido e fácil. Um dos produtos mais vendidos é o Óleo de Cártamo que ajuda na queima de gorduras. Tanto na farmácia quanto na loja de produtos naturais os atendentes afirmam que seus produtos ou os alimentos naturais devem ser associados a exercício físico e alimentação saudável.
Outra saída para o emagrecimento rápido são os tratamentos em Clínicas de Estética. De acordo com a esteticista Odete Barreto, quando chega esta época do ano as pessoas chegam à clínica querendo resolver problemas que foram criados no inverno.  “Nós somos somente um suporte, ajudamos muito com certeza [...] mas também a atividade física é importante. As pessoas têm que fazer um conjunto de esforços”, afirma.
De acordo com Odete, as mais procuradas são a drenagem linfática e a massagem estética. Enquanto a drenagem estimula o sistema linfático a funcionar mais rapidamente, a massagem auxilia na perda de gordura corporal e redução da celulite. A maior procura é por parte das mulheres, mas ela já atendeu homens, tanto sozinhos quanto com suas esposas. Para ela, o resultado rápido depende muito dos hábitos das pessoas fora da clínica.
Muitas pessoas acham que a última saída é a ida ao nutricionista. Este é um erro comum e, muitas vezes, os tratamentos adotados antes da procura por um profissional podem causar danos irreversíveis. A nutricionista Marlene da Costa garante que é impossível emagrecer 4 kgs em um mês de forma saudável. Em uma situação como essa, o corpo não consegue administrar a perda de peso, o que gera o chamado “efeito sanfona”. Ou seja, a pessoa perde peso e depois de um tempo engorda novamente.
“Não existe nada milagroso, nem suplemento, nem medicamento”, afirma Marlene. Para ela, apenas pessoas com obesidade mórbida devem recorrer a remédios para facilitar o emagrecimento. Ela alerta que todo excesso de peso é maléfico a saúde. Por isso, a forma mais saudável para o emagrecimento é a reeducação alimentar e a prática de exercício físico.
Marlene não possui uma opinião formada a respeito de suplementos alimentares, mas acredita que para reduzir peso é necessário comer menos que necessitas. Com relação à influência da mídia, ela alega que os meios de comunicação prometem muita coisa, mas o que é prometido geralmente não acontece.

domingo, 30 de outubro de 2011

Futura cineasta Rio-Grandina estreia primeiro curta-metragem

Mônica Bandeira


Na noite de 17 de outubro, a acadêmica de Cinema e Animação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Sarah Magalhães, estreou o seu primeiro curta-metragem, Decisões, no Balneário Cassino. A exibição do curta foi realizada no Cassino Cine Video, no Artestação às 20h. O curta conta a história de uma família composta por pai, mãe e filho onde a decisão de cada um ao longo da vida muda tudo. O Acadêmicos da Notícia foi entrevistar Sarah Magalhães sobre o curta. Confira:

Acadêmicos da Notícia - Como surgiu a ideia de criar o filme?
Sarah Magalhães - Eu estava na disciplina de roteiro na Universidade Federal de Pelotas e precisava criar uma storyline para um roteiro. Então criei uma storyline onde era uma família de três pessoas, cada um com seus problemas que afetam a família toda. A partir daí, no fim da disciplina, era necessário criar esse roteiro. Criei. E no ano seguinte, fiz a disciplina de direção. Logo após tive a ideia de pegar esse roteiro, trabalhar melhor nele e produzí-lo para a disciplina. Foi tudo muito corrido, muito difícil e trabalhoso. Não consegui muita gente para a equipe que ficou reduzida a mim, ao fotógrafo e a uma assistente. Nem todos compareceram no dia das gravações. Além disso, tive muitos problemas com a locação dos equipamentos, por isso teve partes do curta que foram gravadas com câmera digital caseira. Boa parte das gravações foram na minha casa.

AN - Quanto tempo levou desde a storyline até o fim das gravações?
Sarah - Durou cerca de dois anos. Durante esse tempo teve a criação do roteiro, a produção e a finalização.

AN - Como foi a produção?
Sarah - Foi muito difícil, a equipe era muito reduzida, muito complicado de pensar em tudo sozinha, muitas vezes esquecia algo importante. Tive que regravar algumas coisas depois, e ainda gostaria de regravar mais com material de qualidade.

AN - Quem ajudou na produção e finalização?
Sarah - Na produção os próprios atores ajudaram. O ator que interpreta o pai, Felipe Cadaval, me ajudou com a luz. Já a sua namorada me ajudou com coisas do set como segurar o bum, a sombrinha, etc.

AN - Houve seleção para a escolha dos atores?
Sarah - Sim, eu fiz uma seleção no Auditório da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), no Campus Carreiros. Além disso, divulguei cartazes, fui à Rádio da TV FURG e matéria no Jornal da cidade.

AN - Todos os atores presentes no curta foram os selecionados no dia da seleção?
Sarah - Não, o ator que iria interpretar o filho teve que desistir por causa da faculdade. Então eu convidei o meu namorado para participar, que aceitou.
               
AN - O curta recebeu algum patrocínio ou ajuda da universidade?
Sarah - Apenas o empréstimo dos equipamentos.

AN - E patrocínio particular?
Sarah - O Ponto de Cultura Artestação emprestava o material quando não era possível pegar na UFPel.

AN - Houve remuneração para os envolvidos no Decisões?
Sarah - Como não houve nenhum patrocínio financeiro não houve remuneração para nenhum dos envolvidos, seja na produção quanto ao elenco.

AN - Por fim, o que tu desejas passar para o público?
Sarah - Eu quero que com o curta as pessoas comecem a perceber o que dão importância, fazê-las refletir sobre a sociedade, sobre os valores éticos e morais. Se o que elas valorizam é realmente importante. O curta-metragem quer mostrar que algumas coisas podem não ser tão importantes assim. E que valorizar demais o que não se deve pode machucar as pessoas que mais se ama. Para entender bem o que estou querendo dizer só mesmo assistindo o “Decisões”. Somente assim ficará bem claro.

O Curta-metragem Decisões estará disponível em mídias digitais somente em 2012. Até o final do ano ele será inscrito em festivais de cinema.

As grandes deusas da arte

Bonitas e com algum talento, belas mulheres sempre foram um bom chamariz no cinema

Alex Pires e Pedro Henrique Diemer

       Sensuais como poucas conseguiram, capazes de hipnotizar e povoar o imaginário de amantes do cinema ou de qualquer outro homem. Determinadas atrizes conseguiram se tornar estrelas definitivas graças aos seus corpos esculturais. A história das musas se confunde com a própria história da sétima arte.
        Foi no começo do século passado que surgia um desses primeiros ícones femininos. Greta Garbo possuía um tom de mistério, uma beleza marcante e era dona de um visual considerado masculinizado para a época, mas que se tornou moda. A atriz, indicada três vezes ao Oscar, tinha plena consciência do que despertava nas pessoas, como ficou claro em uma entrevista que concedeu em 1990, após anos de um exílio artístico imposto por ela mesma.


“Sou o que o adolescente jamais encontrará, o que o velho procurou em vão durante meio século, o que a mulher desejava ter para segurar quem a deixou. Compreendem, então, por que me escondo? Não quero que os sonhos acabem.”


        Devido ao enclausuramento, Garbo sai de cena, mas tantas outras surgem nos anos seguintes. Ingrid Bergman, Katherine Hepburn, Elizabeth Taylor, Faye Dunaway, Jane Fonda, Claudia Cardinale, citando apenas algumas. Porém, é impossível entrar nesse assunto sem lembrar de Marilyn Monroe, talvez o maior sexy simbol que a indústria cinematográfica teve.
        A imagem da moça de cabelos loiros e um vestido esvoaçante marcou para sempre a vida de Marilyn. Seu talento pode até ter sido questionado por algumas pessoas (o diretor Otto Preminger disse que dirigir Monroe era como dirigir a cadela Lassie), mas jamais contestaram o seu irresistível charme. Sua passagem pela vida foi rápida (Marilyn Monroe morreu aos 36 anos), mas seu brilho, ao que parece, é eterno. 


 
        Mas, o que exatamente transforma certas mulheres nos mitos que são? Um dos principais motivos é, em sua maioria, que todas eram pessoas à frente de seu tempo. Katherine Hepburn é considerada um símbolo feminista, falava o que lhe vinha à cabeça e era adepta do uso de calças. Já a atriz Jane Fonda possuía opiniões políticas bem formadas, sempre declarando ser contra a guerra do Vietnam. Além de tudo, eram provocativas, gostavam de ir contra as convenções. A própria Marilyn Monroe, quando questionada sobre o que usava para dormir, respondeu sem pensar: “apenas duas gotinhas de Chanel nº 5”.
        Outro mito foi Grace Kelly. Sempre eleita entre as mais bem vestidas, os inúmeros casos com parceiros de cena ficaram famosos, e o ápice se deu quando passou a ser a princesa de Mônaco. Bette Davis, duas vezes vencedora dos prêmios da academia, era conhecida por expressar de forma ácida seus pensamentos:

“Se um homem dá sua opinião, ele é um homem. Se uma mulher dá sua opinião, ela é uma vadia.”
        Funcionava, e Davis foi tema até de canção. 


        Nos dias atuais, parece que já existe uma herdeira de todas essas divas. Charlize Theron é considerada linda, tem corpo perfeito, cabelos loiros. Firmou seu nome com os grandes estúdios e foi agraciada com um Oscar. Pode não ser a mais talentosa de sua geração, mas é a que possui o perfil mais adequado e semelhante ao de suas precursoras. E é provável que sempre existam casos assim.
      Digam o que quiserem, mas são pessoas assim que iluminam ainda mais as telas dos cinemas. Elas são estrelas necessárias.

200 anos de Pelotas


 Elana Mazon, Esther Louro, Manuelle de Lima, Marcela Lorea,
Maria da Graça Siqueira e Mônica Bandeira

Faltando pouco mais de 200 dias para a comemoração do bicentenário de Pelotas, tanto a prefeitura quanto outras instituições trabalham para que esta data fique marcada não só na história da cidade e de sua população, mas também na história do Estado. Pelo fato de Pelotas ser a 3º cidade mais populosa do Rio Grande do Sul e ter conquistado visibilidade nacional por sua tradição doceira, a responsabilidade de celebrar o dia 7 de julho de 2012, quando completará 200 anos, torna-se ainda maior.
Para este evento, serão disponibilizados R$ 300 mil, graças a uma Emenda Parlamentar de autoria da deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB). Segundo ela, em declaração ao clicRBS,“contar a história dos 200 anos de Pelotas é contar a história do Estado e de toda sua trajetória de desenvolvimento”.

O trabalho das comissões

O projeto “200 Anos de Pelotas” está ligado à Prefeitura, e tem como coordenador geral o vice-prefeito Fabrício Tavares, que conta com a colaboração da sua chefe de gabinete Michele Lima e de mais três assessores. Segundo o site da Prefeitura Municipal de Pelotas, ele se diz satisfeito pelo engajamento e interesse da comunidade em envolver-se nesse projeto que definiu as atividades sociais, culturais e esportivas que já estão sendo executadas desde 7 de julho deste ano.
Relógio em frente à Prefeitura
Junto aos festejos dos 199 anos, foi inaugurado o relógio que faz a contagem regressiva para o bicentenário, instalado em frente ao prédio da Prefeitura. No decorrer do ano outros projetos serão realizados, como a 1º edição do Baile Municipal de Debutantes da Periferia de Pelotas, que contemplará 30 jovens com vestido, cabelo, maquiagem e anel. A organização de eventos como o Encontro de Arte e Tradição (ENART), Expofeira e Moda Pelotas, todos já previstos no calendário anual da cidade, este ano tiveram apoio especial e em diferentes áreas por parte do projeto.

Já a “Comissão UFPel 200 anos” foi constituída no final de maio e é coordenada pelo chefe de imprensa da Universidade Federal de Pelotas, o jornalista Clayton Rocha. A comissão conta com 41 membros que serão responsáveis pela programação de atividades artísticas, culturais e científicas. Segundo Rocha, “estes membros foram escolhidos pela notoriedade e o alto espírito comunitário que possuem”.
Entre os eventos programados pela comissão da UFPel, destaca-se a elaboração de um mapa com as cidades co-irmãs de Pelotas, contando suas histórias e o porquê da irmandade, com conclusão prevista para dezembro deste ano. Também haverá uma benção ecumênica do Arcebispo Dom Jacinto Bergmann às margens do São Gonçalo (foto) e o lançamento do livro “Os 200 Grandes do Bi-Centenário”, que será escrito por Clayton Rocha e pelo poeta Mário Osório Magalhães, com o aval das duas comissões. A programação ainda não está fechada podendo ser agregadas novas atividades. 

A opinião da população pelotense

        Mesmo diante de toda mobilização das duas comissões para que a data seja comemorada em grande estilo, a população, em sua maioria, não se sente engajada nesse processo de construção e no resultado que ele gerará. A dona de casa Maria Mendonça diz que sequer sabia que Pelotas estava prestes a comemorar seus 200 anos.
        Já a estudante Paula Krauze, de 16 anos, ficou sabendo da comemoração através da faixa colocada em frente à escola em que estuda, onde professores protestavam contra os salários recebidos fazendo referência à comemoração. Em sua opinião, “as programações que serão feitas servirão de status para a cidade. Nós precisamos de hospitais e tantas outras coisas, mas estão trocando as prioridades da população”.
        Já o vendedor Luiz Eduardo Silva ficou sabendo dos 200 anos devido à movimentação no dia da inauguração do relógio, já que trabalha nas redondezas da Praça onde ele foi instalado. O vendedor acha interessante todo o trabalho que será feito desde que a população local seja beneficiada de alguma forma com a notoriedade da data.
E é isso que espera grande parte dos cidadãos pelotenses, que além de comemorações e grandes eventos, os 200 anos da terra do doce sirvam para trazer avanços em vários aspectos, como a saúde, educação, segurança pública, mais empregos, enfim, uma vida digna de moradores da cidade conhecida como Princesa do Sul.


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Os animais nas mãos do homem


Ezekiel Dall’Bello

        Há muito tempo já temos registros de casos de violência animal. O ser humano se surpreende cada vez mais com atitudes banais e incompreensíveis de covardia contra os bichos. No dia primeiro deste mês, tivemos um brutal assassinato de dois cachorros no bairro Cohab Fragata, onde foram mortos por golpes de lança. A sociedade pelotense está pasma e revoltada.
        Esse não foi o primeiro e nem será o último caso de violência animal em Pelotas. Entretanto, hoje em dia temos diversos movimentos e projetos contra isso. A Associação S.O.S Animais de Pelotas é um exemplo.
        O Acadêmicos da Notícia entrevistou a veterinária Lorena Coll, fundadora da S.O.S., a fim de saber sua visão sobre o assunto. Lorena tem 46 anos, 23 de profissão, e é contra qualquer tipo de violência contra os animais.

1.Acadêmicos da Notícia - Na sua opinião, quando a sociedade começou a achar relevante essa questão da violência contra os animais?
Lorena Coll - Acredito que há 10 anos atrás começou a grande mudança, a grande briga para os animais serem respeitados, junto com o respeito à natureza. Todo mundo sabe que tem aumentado cada vez mais os grupos que defendem esse respeito. Há mais ou menos 10 anos começou a chamar muito a atenção esse problema. Sempre se teve esses casos de violência, de maus tratos, de abandono de animais, só que a nova geração já vem com uma mentalidade um pouco mais aberta, prestando mais atenção no meio que cerca ela. Acredito que isso foi fundamental para mudar este comportamento, que não se admite mais em pleno século XXI.

2.AN - As pessoas ficam chocadas, mas muitas vezes não mudam seu comportamento. O que nós realmente podemos fazer pelos animais?
Lorena - O principal é a gente aprender que o animal não é um objeto. A gente tem essa mentalidade porque antigamente os animais serviam. Até na nossa constituição eles são tratados como um objeto, eles são propriedade de alguém. Então acho que a partir dessa mudança, deste conhecimento que vai adquirindo de ser respeitado, de conviver com animais, de ver como eles retribuem tudo que a gente dá para eles de carinho. A partir daí que começa essa mudança, e é para isso que a gente luta, para que todos sejam respeitados como um todo que habita este planeta, não só o homem. A gente vê que o homem é muito egoísta, acha que tudo é para ele, foi feito pra ele, ele é o ser supremo do universo – vamos dizer assim – e tudo tem que servir ele. A gente já acha que não. A gente acha que estamos convivendo e dividindo o planeta com eles, com os animais, com a natureza. E aí que eu acho que é bonito: a gente respeitar eles.

3. AN - Quando e como surgiu o seu interesse pelo movimento S.O.S. Animais aqui em Pelotas?
Lorena - O S.O.S. Animais começou em uma tarde, quando eu estava trabalhando e fui chamada para atender uma cachorra que foi atropelada em uma rua, no centro da cidade. Foi um professor do conservatório de música na época que ficou revoltado, assistindo aquilo ali. Ele a recolheu e alguém me indicou como veterinária e eu fui atender. Comecei a explicar que Pelotas não tinha para onde encaminhar um bichinho desses, que eu podia fazer o atendimento, mas e o depois? Onde tu colocas esses animais? Na rua, de volta? E aí a gente começou a conversar e surgiu a S.O.S. Animais. Ele até que encabeçou o projeto, chamando pessoas e começou a vir muita gente interessada no assunto. A partir dali a gente fundou a associação, tendo estatuto, tudo de ponta e funcional. Mas isso mudou um pouquinho. Na realidade, eu sou a única que está desde o início, todos os outros foram saindo porque eram muitas visões diferentes. Aí começou a se dividir o grupo, teve uma outra ONG que saiu daqui. Aí a gente seguiu daí e começou a trabalhar mais com educação e as castrações, que é a única maneira de diminuir esse número absurdo.

4.AN -Qual o maior “crime” que o ser humano vem cometendo contra os animais nesse sentido?
Lorena - É complicado o que eu vou dizer, mas a gente chega nas casas e vê os animais amarrados, sem um prato de água. Isso daí é um maltrato que vai matando o bichinho gradativamente, e para mim não tem coisa pior. Claro que uma violência como essas que aconteceu no Fragata te choca, mas tem muita gente que maltrata assim: sem comida, sem água, amarrado e morrendo. É o que eu já falei de tratar o bichinho como objeto. Eles acham que o animal não sente fome, não sente sede... precisamos justamente fazer essa reeducação para conscientizar as pessoas que é outro ser vivo, que também precisa dos mesmos cuidados e atenção que nós.

5.AN -Sobre o assassinato dos dois cachorros no bairro Fragata, o que você sabe?
Lorena - A gente acompanhou desde o início porque foi procurada aqui na clínica a moça que assistiu, que foi chamada no local, a Aline. Ela recorreu a nós depois de deixar um dos cães no Dr. Álvaro. Ela veio aqui para saber qual era o procedimento, o que ela deveria fazer. A gente orientou que ela fosse na Polícia Civil e ela estava muito revoltada porque queriam prender a pessoa que fez isso. Na realidade, nossa lei não permite isso. Mas na revolta do momento as pessoas acabam querendo que a polícia faça alguma coisa que elas não podem fazer. Então foi registrada a ocorrência. E como o dono dos cães não quis processar quem os assassinou, foi pedido via promotoria, que é ela que está movendo a ação contra este cidadão. A gente quer que ele seja julgado. Acho que o mínimo é o julgamento, que ele fique nem que seja um dia ou um mês atrás das grades.

6.AN -Uma pessoa que pratica tais atos de covardia não deve estar em sã consciência. Uma barbárie dessas não se explica com meias palavras. O que você acha que deve passar na cabeça de alguém para fazer uma coisa deste tipo?
Lorena - Eu não consigo entender a cabeça de uma pessoa assim. E eu já estou em um ponto de minha vida em que eu digo “o ser humano está meio dividido”, porque eu não me considero da mesma espécie que este cidadão, não consigo. Eu sou uma pessoa incapaz de pisar em uma formiga por gosto. Ele tem que ser uma pessoa muito doente, que tem algum problema mental. Pior de tudo é que dizem que sempre foi uma pessoa pacata, mas pelo menos que a gente saiba. Às vezes a pessoa esconde essa índole. Uma pessoa que tinha uma lança em casa, para quê ela tinha aquela lança? Qual a intenção dela em ter uma arma daquelas em casa? Não pode ser uma pessoa normal...

7.AN -Se pudesses deixar uma mensagem a todos pelotenses, o que diria?
Lorena - Eu acho que tudo isso que está acontecendo é culpa de cada cidadão que acha que o problema são os animais soltos na rua, quando na realidade a maioria dos problemas são os animais que nascem em casas de pessoas, que têm condições, e depois os abandonam na rua. Não tem como se esquivar de que todos nós somos responsáveis do que está acontecendo, que o nosso poder público não toma atitude nenhuma, que Pelotas está vivendo uma fase muito difícil na saúde pública e não vai se resolver isso com violência nem terminando com os animais. A gente vai resolver com bom senso e trabalho. Já está mais do que na hora da gente tomar alguma atitude e pressionar o poder público para isso.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Horário de Verão

Esther Louro e Maria da Graça Siqueira
 

        Esperado por uns e odiado por outros, iniciou neste sábado (16) o horário de verão. Sempre que isso acontece, as pessoas perguntam se existe ou não benefício com essa medida, pois é sempre polêmico interferir em seu cotidiano.

        É preciso entender o objetivo do novo horário como uma medida para conservar eletricidade. Aproveitar o maior número de horas de luminosidade natural disponível, durante os meses que incluem o verão, é simples. No hemisfério sul isso ocorre durante os meses de outubro e fevereiro, adiantando os relógios em uma hora em outubro e depois voltando a atrasá-los uma hora em fevereiro.

       
 

        Foi Benjamim Franklin, no final do século 18, que teve ideias sobre mudança de horário. Mas elas somente foram levadas a sério mais de um século depois na Inglaterra, em 1907 com William Willett, que iniciou uma campanha para adiantar em 20 minutos o horário a cada um dos quatro domingos do mês de abril.
        Em 1916, o Parlamento Inglês aprovou a medida, percebendo que poderia economizar energia durante a I Guerra Mundial.  No Brasil foi instituído no verão de 1931/1932 com Getúlio Vargas e ressurgiu em 1985 por decreto de José Sarney. Hoje o horário de verão é adotado em mais de 70 países.
        Os benefícios do horário de verão vão desde a economia de energia e redução de acidentes de trânsito até a redução de assaltos e crimes. Nas regiões Sudeste e Sul, a demanda de energia elétrica tem pico no início da noite, provocado principalmente pelo setor residencial e iluminação pública. É nesse horário que a maioria dos chuveiros são ligados e as luzes começam a ser acesas, assim como as TVs. 
                     
        Amor ou ódio pelo horário, benefício real ou ilusório, pouco importa! O melhor de tudo são os dias mais longos, o crepúsculo como uma tela pintada por artista e o amanhecer mais cedo, convidando a uma caminhada saudável.
        Ninguém pode negar que nesses dias parece que vivemos mais, que somos mais felizes. E assim seremos até o ano que vem, em 26 fevereiro. Até lá teremos mais dia e menos noite.