Pensamentos



"A sociedade que aceita qualquer jornalismo não merece jornalismo melhor." ALBERTO DINES


segunda-feira, 23 de maio de 2011

Uma oportunidade ao bairro Balsa


Ândria Völz, Natália Elsenbach, Rita Pereira e Vanessa Lilja

      Olhos atentos a cada informação retribuem a iniciativa do “Projeto Vizinhança”, promovido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O programa oferece várias atividades diferenciadas, como oficinas de línguas estrangeiras, ginástica para mulheres acima de 25 anos, atendimento odontológico às crianças da Escola Ferreira Viana, entre outros. Segundo a coordenadora do projeto, Luciane Prado Kantorski, o Projeto Vizinhança vem sendo realizado desde 2009, com o propósito de estabelecer uma relação com a comunidade vizinha ao Campus-Porto. 

O bairro

     O bairro Balsa teve origem na época do ciclo do Charque. Devido ao grande fluxo de embarcações no Arroio São Gonçalo para o transporte do produto, houve o desenvolvimento do bairro, na época uma das áreas mais urbanizadas da cidade. Com o final do ciclo, foram instalados frigoríficos na região, inclusive o Anglo (onde funciona a UFPel atualmente), que forneceram empregos nas décadas de 1950-60. Os trabalhadores eram oriundos de outros municípios, e a iniciativa de ocupação desse espaço pelos funcionários deu-se pela necessidade destes residirem próximo ao local de trabalho. Contudo, no início da década de 1990, esses locais fecharam as portas, acumulando milhares de desempregados.
      Com isso, o bairro da Balsa se tornou uma área da cidade de alta vulnerabilidade econômica e social. Uma comunidade empobrecida em um local esquecido pelo Poder Público acabou ficando à mercê da violência, dos roubos e do uso de drogas. Hoje, é uma das regiões mais pobres de Pelotas.

O projeto

     Atualmente, vários cursos da universidade fazem parte do projeto, cada qual com atividades referentes à sua área na comunidade. O curso de Letras, por exemplo, oferece aulas de espanhol às crianças da Balsa; os acadêmicos de Teatro e Dança também promovem peças com os jovens. Para os adultos, os estudantes de Educação Física proporcionam aulas de ginástica. Além desses, também estão no projeto, os cursos de Nutrição, Odontologia, Veterinária, dentre outros.
       Todos  cursos vêm com a proposta de oferecer atividades alternativas, que distraiam, divirtam, ensinem e motivem pessoas que, na maioria dos casos, não teriam oportunidade de participar de tais serviços. Maxwell Gouveia Gonçalves, 25 anos, morador do bairro, disse que acredita que esse projeto ajuda a melhorar a qualidade de vida dos que residem no local.
        Além disso, o Projeto Vizinhança auxilia no combate às drogas e à violência, pois evita a desocupação das crianças e dos adolescentes, e guia para a formação de bons cidadãos. Os indivíduos do bairro percebem que há quem se preocupa com eles, e que não foram completamente esquecidos e desvalorizados.
       Assim, as pessoas beneficiadas erguem sua autoestima, aprendem a se ver como cidadãos dignos do direito de não apenas trabalhar para seu sustento, mas também ter acesso a atividades que qualquer pessoa merece ter, independente da classe social à qual está inserida. E, como já foi dito, esse projeto aproxima a comunidade da universidade. Esse relacionamento, além de melhorar a realidade dos moradores do bairro Balsa, ainda desperta a ambição de fazer parte do grupo de acadêmicos da instituição, incentivando o desenvolvimento profissional e, conseqüentemente, econômico dos moradores do bairro. “Minha filha Kamily participa de algumas atividades deste programa, e acredito que por causa dele ela poderá ter mais motivação para ingressar na universidade”, afirmou Maxwell.

domingo, 22 de maio de 2011

Apresentadora da RBS fala a estudantes

Ezekiel Dall'Bello

         No dia 6 de maio, realizou-se na sala 15 do Campus Porto da Universidade Federal de Pelotas, palestra com a jornalista Cristiane Silva, do Grupo RBS. Lá, estavam presentes, além da palestrante, alunos do 3º semestre de Jornalismo da universidade e o coordenador do curso, Ricardo Fiegenbaum.


Palestrante Cristiane Silva foto de Giorgio Guedin
       Depois de ser comunicadora da Rádio Atlântida em Rio Grande, apresentadora e repórter da RBS TV Rio Grande, apresentadora do Jornal da Meia Noite na TVCOM e apresentadora do tempo nos telejornais da RBS TV, Cristiane atualmente faz parte da equipe de esportes da RBS e da TVCOM. Naquela noite de sexta-feira, ela procurou falar aos estudantes um pouco sobre sua profissão e a vida de um jornalista.
       Mais uma conversa do que uma palestra propriamente dita, a jornalista iniciou logo falando que a Rede Globo é a empresa Globo, ela vende basicamente a informação. A questão comercial pode determinar se certo fato vira ou não notícia. E o modelo Globo de se fazer jornalismo é o modelo que a RBS pretende seguir.
      Contudo, para Cristiane, cada um tem seu estilo de fazer jornalismo. O estilo que ela considera ter é um mais informal e alegre. Em chamadas ao vivo, por exemplo, diz ser essencial – para ela - passar a informação como se fosse um diálogo com o telespectador, e não simplesmente repassar aquele texto decorado. O repórter chega a até mesmo ser escolhido para determinadas matérias e reportagens dependendo do seu perfil. Ela chega a classificar o jornalista Tiago Leifert como o “bam-bam-bam” da Globo atualmente, o “pote de ouro”. Seu jornalismo é como se estivesse falando na porta de nossa casa.
       Mas a jornalista alerta que não podemos esquecer de seguir alguns conceitos básicos. Todos profissionais devem responder as perguntas básicas: que, quando, quem, onde, por que, como etc... mas o jeito de passar, de responder isso, depende de cada um.
       Acerca da produção da notícia, comentou que o factual é a coisa do momento, do agora. Já o não-factual é algo já programado, que já se sabe que vai acontecer. E todos jornais têm reunião de pauta para definir o que será produzido. Antes de se fazer qualquer matéria e/ou reportagem, deve-se dar atenção a quem ela remete, que tipo de público, além de estudar o acontecimento no sentido de classificá-lo como factual ou não-factual.
       Para ela, não interessa se a faculdade ou a empresa, não tem estrutura. “A estrutura é o próprio estudante, o próprio jornalista”. Explica que o fotógrafo, por exemplo, tem de saber que a pessoa vai olhar a foto e interpretar aquilo. A genialidade de um fotojornalista anda em consonância à capacidade de apresentar em uma imagem o máximo de informação possível. Mas vale lembrar que “equipamento não faz a diferença; vontade faz”.


Cristiane Silva com os estudantes do 3º semestre de jornalismo da UFPel foto de Giorgio Guedin

  Durante todo momento, ela mesclou conceitos com muitas histórias e experiências vividas em sua carreira, deixando a “conversa” cada vez mais envolvente. Ao passo das perguntas e questionamentos dos alunos, Silva respondia contando uma história e, ao mesmo tempo, apresentando quesitos éticos e técnicos dos fazeres e afazeres jornalísticos.

      No término da palestra, totalmente informal e muito elogiada pelos estudantes presentes, a apresentadora finalizou dizendo que “o jornalismo é sem sombra de dúvidas uma das profissões que mais se aprende”. Por fim, deixou seu contato para a plateia e agradeceu a compreensão e participação de todos.


quinta-feira, 19 de maio de 2011

A realidade do sonho

Antoniela Rodriguez, Elana Mazon e Maria da Graça Siqueira

        Há muito tempo se fala na Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Desde que nosso país se candidatou, em 2006, até a escolha da FIFA, em 2007, se discute sobre a estrutura necessária para um evento dessa magnitude. Faltando três anos para o tão sonhado torneio, há mais promessas do que ações concretas.
       Em março deste ano, o presidente da FIFA, Joseph Blatter, se mostrou preocupado, ao afirmar que existe a possiblidade do país não estar pronto a tempo. A começar pelos aeroportos, segundo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa EconômicaAplicada (Ipea), nove dos 13 aeroportos previstos para o evento não terão as obras concluídas a tempo. E mesmo que finalizadas, as reformas não atenderiam a demanda, tendo em vista o crescimento estimado do público, que hoje se utiliza deste tipo de transporte.
      Após a divulgação desse estudo, o governo lançou o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2012, na qual tenta diminuir o poder de fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU). Além disso, pretende incluir, em uma medida provisória, o regime especial de licitações para obras que tenham relação com a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, o que significa maior flexibilidade nas regras para tocar esses projetos.


                                                                                                   Crédito: Seobras/Divulgação
   
        O povo brasileiro deve estar ciente de que, para realizar o sonho de sediar novamente uma Copa do Mundo, haverá a necessidade de abrir mão de uma fiscalização mais rigorosa. A consequência disso é a maior possibilidade de corrupção e desperdício de dinheiro público.
         Doze cidades-sede preparam seus estádios para receber os jogos. São elas, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Cuiabá, Manaus, Fortaleza, Salvador, Recife e Natal. Os trabalhos envolvem a reforma para adequação dos equipamentos ao padrão FIFA e a construção de novas arenas.
          A cidade mais atrasada em relação aos estádios é São Paulo (SP) que, após o veto do Morumbi, surgiram especulações dela não sediar mais a copa. Foi escolhido então, o estádio do Corinthians, em Itaquera. Questões burocráticas ainda dificultam o início das obras, e a cidade já está fora da copa das Confederações, que acontece um ano antes. Lembrando que SP é candidata a sediar a abertura do evento. Já a cidade do Rio de Janeiro (RJ) está com suas obras em andamento no Maracanã. É o estádio mais caro, com um custo de aproximadamente R$ 1 bilhão. Para cumprir com o cronograma previsto, RJ aumentou o número de funcionários. O estádio carioca servirá de palco para a final da Copa de 2014.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Theatro Sete de Abril

Ezekiel Dall'Bello

         Um dos teatros mais antigos do Brasil ainda em atividade, o Theatro Sete de Abril é uma das principais casas de show de Pelotas. Foi a primeira casa de espetáculos a abrir suas portas às artes cênicas na província de São Pedro do Rio Grande do Sul e a quarta no Brasil.
       Seu nome foi colocado pelos sócios da Sociedade Dramática, existente na então Vila de São Francisco de Paula, atual Pelotas, que homenagearam com o nome de batismo a data em que o imperador Dom Pedro I abdicou do trono brasileiro em favor de seu filho, Pedro II, fato histórico considerado como segunda independência do Brasil. Foi inaugurado em 2 de dezembro de 1833, dia do aniversário de Dom Pedro II, ficando assim duplamente ligado à figura do Imperador.

          Com o objetivo de proporcionar às famílias pelotenses um meio de distração e, ao mesmo tempo, de divulgação da arte, o Theatro Sete de Abril, ao longo de seus 177 anos, serviu de abrigo para diversos estilos de manifestações culturais. Apresentações de companhias de operetas e zarzuelas; companhias teatrais; concertos e recitais de música e poesia; espetáculos beneficentes de toda a espécie; palestras políticas, além do próprio cinematógrafo que desde o início do século XX caiu no gosto dos pelotenses.
 


Arquitetura



        A planta original ostenta quatro colunas na fachada e costuma ser classificada no estilo neoclássico. É de autoria do engenheiro alemão que também assina a então vila São Francisco de Paula, Eduard Van Kertchmar. O Theatro passou por várias reformas, assim como alguns dos outros prédios antigos do entorno da praça, com o intuito da modernização, vindo com o surto de urbanização que ocorreu durante a segunda metade do século o XIX.
      Em 1834, o prédio ostentava a fachada com detalhes em madeira, que logo na primeira reforma, ocorrida durante a década de 1870, foram substituídos por detalhes em ferro. A reforma seguinte, mais radical, ocorreu em 1916 e transformou totalmente a fachada, abolindo as colunas e inserindo elementos iconográficos, representando os usos do Theatro. Esta mesma reforma substituiu o sistema de velas do lustre por eletricidade.

          Outra ainda ocorreu em 1927, para anexar ao Theatro um terreno localizado à rua 15 de Novembro. Neste espaço, encontram-se instalados atualmente a Administração do Theatro e o Memorial Theatro Sete de Abril. A reforma mais recente foi concluída em 1988 e buscava retomar a forma original do prédio.

         Em justo reconhecimento à importância do prédio e ao significado do Theatro para o mundo artístico da Princesa do Sul, em 1972 foi tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) e, em 1979, foi municipalizado.

 


Fique por dentro...



           O jornalista E. Dall’Bello, responsável pelo álbum fotográfico “Pelotas”, nos conta que procura viabilizar em seu trabalho sobre o teatro “a sensação de estar dentro das suas dependências, podendo viajar no tempo e sentir o encanto e a beleza de uma construção tão magnífica e histórica”. Acompanhe no vídeo abaixo a divulgação do álbum:

 
Saiba mais

Ordem no Mercado

Marcela Lorea e Mônica Bandeira

            Depois de vários anos sem reformas, o Mercado Público de Pelotas está em obras. Contudo, elas começaram em 2009 e até agora não estão concluídas. Muitos são os problemas que atrasam este processo, como os comerciantes deslocados, as incertezas quanto ao futuro e paralisação da reconstrução.
          O Superintendente de Cultura de Pelotas, Mogar Xavier, relatou que o mercado já passou por inúmeras melhorias, mas que atualmente está apenas em restauração. “Vamos devolver a originalidade do interior do prédio, no volume externo também [...]. Ele vai ter no seu interior e também na estrutura metálica uma reforma que respeite a originalidade do projeto, e com isso nós certamente teremos um ‘mix comercial’ no mercado, que nos dê atividades compatíveis com suas peculiaridades”, completou.
     Ao ser questionado sobre a paralisação das obras, Mogar afirmou que elas não estão paradas, mas sim em um ritmo mais lento, devido ao atraso no pagamento do empresário responsável. Ainda ressaltou que a Prefeitura Municipal de Pelotas está fazendo a obra com ajuda do Programa Monumenta do Governo Federal, no qual 30% dos recursos são da prefeitura e 70% do Ministério da Cultura e do BID. Desta forma, o pagamento que falta é o do Governo Federal, cerca de 600 mil reais.
    Na semana anterior às declarações do superintendente, a senhora Celi Dias, há 22 anos na Peixaria Frutos do Mar, confirmou que a obra começou no ano retrasado e que até agora espera por informações da mesma. Ela gostaria que houvesse uma maior divulgação da história de tal patrimônio, pela sua importância à cidade. Além disso, diz que as bancas internas foram retiradas e colocadas na parte exterior, num primeiro instante. Em seguida, foram para outro local, ficando no Mercado somente as de frutos do mar. As de produtos secos encontram-se ao lado da Biblioteca Pública, na travessa Conde de Piratini. Já as de comércio molhado estão instaladas no Shopping Praça Quinze.
      A comerciante Isabel Vidal esperava há muito tempo por essa reforma. Ela contou que a maioria das bancas, seja da parte interna ou externa, está alojada na travessa desde outubro de 2010, e que a prefeitura aluga tal espaço. Explica, também, que as vendas caíram devido ao preconceito com a estrutura e à desinformação no que diz respeito à mudança de local.
     A maioria dos comerciantes não possui expectativa quanto ao retorno de suas barracas. No início da obra, eles foram avisados que não era certo a volta de todos. O superintendente Xavier ainda afirmou que a prefeitura possui outro projeto paralelo, que é a construção do Shopping Popular, que vai se localizar no espaço do atual Camelódromo. Ao final da obra do Mercado, haverá uma licitação para o preenchimento das bancas.
    Mogar completou dizendo que “a proposta da prefeitura de construir um shopping popular é para levar todos os ambulantes. Os que não couberem, que não passarem pelo crivo da licitação e não conquistarem um lugar no Mercado após a restauração, terão seu espaço lá no shopping popular”. Com isso, deixou claro que até mesmo as bancas mais antigas não terão garantia de permanência, já que não há herança no setor público.
     A única certeza é de que o Mercado voltou às obras e está a espera dos pagamentos atrasados do Governo Federal. “Aquele que tiver competência, aquele que tiver comércio adequado para ser explorado naquele espaço vai poder disputá-lo, não vai haver entrega [...] é a oportunidade de colocar ordem no mercado”, finalizou Mogar Xavier.

Saiba Mais


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Youtube: a inteligência incontrolável

Alex Pires, Julian Peglow, Pâmela Mendes e Pedro Henrique Diemer

         O Youtube é o destino preferido dos internautas que procuram conteúdo em audiovisual.  O site regula, diariamente, no mínimo 100 milhões de acessos e é o site líder no setor de compartilhamento de vídeos. Com a multidão que acessa a rede, torna-se visível a procura por informações sobre diversos assuntos e, mais do que isso, sobre opiniões. Mas o que tornou o Youtube um fenômeno de popularidade tão grande?

           De acordo com Célia Quico, docente na Universidade Lusófona e doutoranda em Ciências da Comunicação, em entrevista ao site publico.pt, são vários os motivos que estão na base do sucesso: "A popularidade dos blogues (onde os vídeos podem ser exibidos), a facilidade em produzir e partilhar conteúdos digitais, a possibilidade de comentar e votar, o acesso permanente aos conteúdos e ainda as diferentes formas de pesquisa.”

               E o que pensam os usuários? Para o estudante do ensino médio, Joaquim Pena, de 17 anos, usar o site já é hábito do seu dia-a-dia. “A primeira coisa que faço quando ligo o computador é entrar no Youtube. Embora eu não compartilhe vídeos lá, sempre posto comentários sobre o que achei do que vi”. Já Mariana Godoy, estudante do curso de Cinema e Animação, de 21 anos, diz que utiliza esse gigantesco arquivo como ferramenta de divulgação de seu trabalho, e posta regularmente seus curtas-metragens. “É a página mais fantástica já criada para mostrar o que fazemos. Antes do Youtube, quando e onde eu poderia fazer meu trabalho ser reconhecido?”, comenta.

             Por outro lado, com tanta interatividade ocorrem certos conflitos de interesse. Devido à liberdade, existem usuários que postam materiais com conteúdo impróprio ou que não respeitam políticas de direitos autorais. Mesmo existindo ferramentas como denúncia, ainda assim, alguns materiais conseguem se manter na rede, poluindo essa ferramenta, mostrando cenas de violência, preconceito e outras formas indesejadas de manifestação via web.

              Mais do que um simples site de vídeos, o Youtube se torna um exemplo de sucesso no uso da interatividade. Em uma época onde a busca incessante por informações e atualidades se mantém constante, as redes sociais ainda têm muito espaço para se desenvolver e evoluir. Cabe a nós usar a internet de forma inteligente e produtiva.


sábado, 7 de maio de 2011

O poder em 140 caracteres

    Carlos Fetter, Douglas Melo, Eduardo Reis,
Igor de Campos e Vinicius Silveira

             As emissoras de TV vêm utilizando cada vez mais a interatividade da Internet em sua programação. Com o intuito de atrair o público que tem algo a dizer sobre os assuntos debatidos e fazer com que ele tenha poder de opinião em relação ao que está sendo tratado, redes sociais como o Facebook e oTwitter estão servindo de ponte entre a produção dos programas e os telespectadores.
             O Twitter, com mais de 200 milhões de usuários, é a rede social mais usada para este propósito. Mais ágil do que o Facebook, por exemplo, o microblog permite que o público expresse sua opinião de forma mais curta e objetiva, devido à limitação de 140 caracteres.
             A maior questão a respeito de colher as opiniões por redes sociais é a de filtragem. Como não há tempo para divulgar todas as opiniões, apenas algumas são selecionadas. Mas então, como selecionar o que é publicável e o que não é?
             Na verdade, este não é um processo muito complicado. A maioria dos comentários não diz respeito ao assunto tratado e não vão ao ar. Acabam sendo selecionadas aquelas opiniões que trazem algum assunto para debate e elogios ao programa, que são repassadas aos espectadores por decisão do comunicador. Apesar disso, comentários bem pensados e feitos com o objetivo de ajudar na discussão sempre acabam tendo sua importância no decorrer do programa. Frequentemente são sugeridos tópicos que, por vezes, acabam sendo esquecidos pelos comunicadores e que dão a noção do assunto que o espectador realmente tem curiosidade. Isso traz mais dinamismo para o debate e até mais alguns pontos na audiência.
            Quando questionados sobre a utilização do Twitter em programas, expondo suas opiniões, os usuários foram favoráveis ao modo como é usado a rede social. O usuário @guibecks diz que “é uma ótima ferramenta de trabalho pra esses casos, se for com imagens melhor ainda, como o Twitpic - com fotos tiradas durante o jogo - e a Twitcam - com imagens da torcida durante a partida”. Já @lucas_mule prefere dar ênfase na velocidade da rede, ao afirmar que “seu uso é válido, afinal o Twitter é uma ferramenta de comunicação com bastante alcance e agilidade, é quase que instantâneo”. @MayaFernandes deu enfoque na área esportiva: “Acho isso bom, deixa os programas dinâmicos, assim os jornalistas esportivos ficam sabendo simultaneamente à opinião do público”.
             Além de ser um diferencial de interação entre o telespectador e a programação, o Twitter também é usado como fonte para os jornalistas. Diversas vezes, comentários de famosos, principalmente de jogadores de futebol, causam algum impacto. Entretanto, nem sempre os perfis são verdadeiros. Perseguições, brigas e conflitos surgem por diversas ocasiões entre personalidades e jornalistas, o que acaba se tornando notícia em outras mídias.  
             As redes sociais da Internet têm poder para substituir os serviços telefônicos (ligações e mensagens de texto) como ferramenta de interação. Além de uma apuração mais rápida e direta de opiniões, essas redes não exigem taxas ou impostos de participação, como acontece com mensagens SMS, por exemplo.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Palavra do Editor

Jornalista Altair Nobre palestra a estudantes de Pelotas

            No dia 5 de maio, última quinta-feira, o jornalista Altair Nobre, editor-chefe do jornal Zero Hora (ZH), palestrou no auditório da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Na ocasião, reuniram-se alunos de jornalismo da própria UCPel e da Universidade Federal de Pelotas para ouvir Nobre sobre a profissão e seus temas.
            Ele iniciou alertando que o foco do jornalismo é saciar a necessidade do público por informação, independente do tipo de mídia utilizada. “Apesar do que muitos pensam, a internet é 'amiga' do papel, e não o contrário. Entretanto, a Zero Hora está inquieta quanto ao modo de produção online, já que é um meio em ‘ebulição’ ”, frisou o editor.
            No formato tabloide da ZH impressa, há um cuidado especial com as imagens. Contudo, a redação também possui uma autocrítica muito forte no quesito da produção de texto. Para eles, não existe texto grande ou pequeno. Existe o texto ruim. A ZH mantém uma reflexão e uma insatisfação, de modo que seus jornalistas e editores constantemente procuram melhorias. “Cada palavra está onde está porque se encaixa perfeitamente naquele lugar e contexto. Cada uma tem sua propriedade e sua razão de ser”, completou Nobre.
            Ainda ressaltou que o jornalismo tem que buscar o que é único em uma história. Deve-se procurar na pauta algo que surpreenda o leitor. É preciso contá-la com outros vieses. “Se narrarmos no papel o mesmo que é apresentado na TV e na internet, perdemos, devido à exuberância de artifícios visuais de ambos. Se ficamos em um lugar comum, somos atropelados”, enfatizou o jornalista.  Altair dá a “receita” de uma matéria boa e diferente: inquietação + planejamento + criatividade.
            Nobre também alertou que não existe quem seja só do papel, da foto ou do rádio. Existe quem seja do conteúdo. O melhor jornalista é aquele que tem sensibilidade para compreender a dimensão do assunto e consegue narrar em boa qualidade a história e apresentar de forma rápida a notícia. Contudo, “a ânsia pela instantaneidade não pode atropelar o preceito da responsabilidade; deve-se ter agilidade, e não afobação”, finalizou. Após a palestra, houve espaço para perguntas da plateia e, posteriormente, o encerramento do evento.