Antoniela Rodriguez, Elana Mazon e Maria da Graça Siqueira
Muitos veículos jornalísticos já utilizam a opinião dos leitores no seu trabalho, principalmente como feedback de matérias já publicadas. Leitores e espectadores em geral, não apenas comentam trabalhos passados, mas sugerem novas pautas e colaboram com elas. Com o desenvolvimento das novas tecnologias e com a crescente expansão da internet como ferramenta de produção e distribuição do conteúdo jornalístico, o relacionamento entre emissor e receptor também sofreu inúmeras alterações. Os sites noticiosos estão se transformando em veículos de comunicação que reúnem características de diferentes mídias.
No site de notícias da Rede Globo, por exemplo, a página “Vc no G1” mostra apenas conteúdo enviado por leitores. As matérias contêm, principalmente, flagrantes de acidentes, desastres naturais e fotos ou vídeos de grandes coberturas feitas pelo veículo. Em março deste ano, a página mostrava material enviado pelos internautas sobre a visita do presidente americano Barack Obama, terremotos no Japão, entre outros.
Já no hiperlocal ClicRBS Pelotas existe um conselho de colaboradores, formado por moradores da cidade que exercem as mais variadas profissões. Segundo o próprio site, o grupo tem “a missão de ajudar a produzir e discutir os conteúdos publicados”.
O especialista em marketing e escritor canadense Don Tapscott, em entrevista à revista Veja de 13 de abril, afirma que “não vivemos na era da informação. Estamos na era da colaboração. A era da inteligência conectada”.
Quando surgiu a prensa móvel de Gutenberg, Martinho Lutero chamou a invenção de “a mais alta graça de Deus”. Com ela ganhamos acesso à palavra escrita, mas foi com a internet que descobrimos que cada um pode ser seu próprio editor. E com informação colaborativa, as instituições estão se tornando obsoletas e os próprios jornais enfrentam uma crise, como o Jornal do Brasil que hoje se apresenta apenas em edição ON LINE.
Na sociedade atual, o conhecimento e a informação estão sendo transmitidos não só de um para muitos, mas de muitos para um. É a inteligência agindo em rede, num sistema de colaboração de massa. E as pessoas se entregam à ajuda coletiva porque a internet está derrubando o custo da colaboração. E é do interesse das pessoas ajudarem umas às outras.
Wikipédia
A Wikipédia não tem dono, é uma enciclopédia aberta. Feita por mais de um milhão de pessoas, já é dez vezes maior que a Enciclopédia Britannica. Além disso, está traduzida em 190 idiomas. Uma característica considerável das ferramentas Wiki é a facilidade de edição e a possibilidade de criação de textos de forma coletiva e livre. Em seus 10 anos de vida, a enciclopédia está entre os 15 websites mais visitados no mundo.
A rotina de uma webjornalista
Em palestra, na noite de 14 de abril, a Curadora de Conteúdo do ClicRBS, Bianca Zanella, afirmou que sua jornada inicial era na própria casa. Contudo, com o passar do tempo, optou por trabalhar na sede da RBS Pelotas, devido à quantidade de informações recebidas.
Bianca informou que tem muitos colaboradores diários que enviam flagrantes e fotos. Perguntada por nosso grupo, como lida com as fontes colaborativas anônimas, ela informou que “se corre alguns riscos em webjornalismo”, mas sempre que tem condições verifica a autenticidade da fonte.
Bianca terminou sua participação, deixando-nos uma frase que cabe exatamente dentro desta matéria e deste trabalho sobre webjornalismo: “QUEM TEM PARCEIROS, TÊM TUDO!”
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