Esther Louro e Maria da Graça Siqueira
A famosa série "Two and a Half Men", do canal de TV
a cabo Warner, encontra-se em uma fase não tão próspera. A audiência da 9ª
temporada, sem o personagem Charlie Harper (Charlie Sheen), cai semana a semana
e muitos crêem que a série sem seu astro principal não tem mais graça.
O capítulo de estreia mostrando o destino de Sheen e apresentando
Ashton Kutcher ao público, teve a impressionante marca de 28,7 milhões de
espectadores. Marca superior ao último episódio da 8ª temporada ainda com
Charlie Sheen. Contudo, desde então os números só diminuem.
Ao que parece, os telespectadores queriam ver como seria o
fim de Sheen e como Ashton seria inserido na trama, mas o enredo não agradou.
Com a média de 14,2 milhões de telespectadores, a audiência da nova temporada
está com um milhão de telespectadores abaixo da média registrada na temporada
anterior.
Charlie Sheen foi afastado da atração
por ter criticado os criadores e a produção, envolvendo-se em uma série de
escândalos profissionais e pessoais. No programa Roast of Charlie Sheen, exibido no canal americano Comedy Central, no mesmo dia em que foi
ao ar a nova temporada de Two and a Half Men, Sheen desabafou bem ao seu jeito
politicamente incorreto: “Eu tive tudo no mundo e perdi porque fiz o que todo mundo aqui quer
fazer um dia: mandar seu chefe se f..... E ainda estou aqui pra contar a
história!”
O programa teve a presença de inúmeros
humoristas que faziam piadas bem pesadas sobre a vida de Sheen, ao mesmo tempo
em que diziam o quanto o admiravam.
Sem Charlie Harper, a série perdeu a magia. Agora podemos
contar apenas com o humor de Alan (Jon Cryer) e Berta (Conchata Ferrell), já
que Jake (Angus T. Jones) perdeu a graça ao entrar na adolescência e Walden (Ashton
Kutcher), que deveria ser o substituto de Charlie, não convence.
O papel de Kutcher irrita, a sua infantilidade e ingenuidade
exagerada é uma afronta aos admiradores do humor irônico, perspicaz e maldoso
que Charlie Sheen desenvolvia na série. Walden lembra muito outro personagem de
Kutcher, o adolescente Michael Kelso do seriado That’s 70’s Show (Sony), que também
era bobo e infantil. Entretanto, Kelso era um adolescente que vivia em
Wisconsin, nos anos 70, realidade bem diferente de Walden, um adulto divorciado
em Malibu.
Outra crítica dos telespectadores são as cenas apelativas que
estão sendo veiculadas nos novos episódios, como quando Walden e Alan se beijam,
ou quando Walden aparece totalmente nu. Sabemos que uma bela aparência convence
em comédias românticas que duram 90 minutos, mas será que vai sustentar uma
série de comédia semanal?
Charlie Sheen comentou sobre Kutcher em entrevista recente ao
The Hollywood Reporter: “Kutcher está fazendo o melhor que pode, mas estou
muito decepcionado com a forma como eles estão lidando com o que eu deixei para
trás”. Com certeza o desapontamento prova que Charlie era a alma da série.
Um dos melhores episódios dessa temporada, que nem se compara
aos anteriores com Sheen, foi justamente o que Alan acredita ser Charlie e age
da mesma forma que o falecido irmão. Usando as roupas caras e despojadas e as
cantadas baratas e infalíveis de Charlie, Alan conseguiu fazer-nos rir. Ao
mesmo tempo percebemos que Charlie Harper só pode ser encenado por Charlie
Sheen. Agora só nos resta assistir o desenrolar da série ou o seu desfecho.
Na vida fora das telas, Ashton acaba
de se divorciar de Demi Moore, com quem esteve casado por 6 anos,
após boatos de que o ator teria traído a esposa.
Já Sheen, aproveita sua vida, como na partida de futebol de
uma de suas filhas, Sam, junto
com a mãe da menina, Denise Richards. Separados,
Charlie e Denise mantêm um bom relacionamento.
Desde
que foi demitido da Warner Bros, Sheen procura adotar um estilo de vida mais
discreto e convencional e atualmente filma seu novo trabalho nos cinemas,
"A Glimpse Inside The Mind of Charles Swan III".
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