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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Casarão n°2


A história preservada

Ânderson Largue, Márcio Furtado e Rafael Oliveira

        A história de um povo não pode ser esquecida. Deve ser preservada e contada às novas gerações. E é no centro histórico de Pelotas, localizado no coração da cidade, que uma parte de sua história está preservada em um prédio que é patrimônio, não só dos pelotenses, mas de todos os brasileiros.
        É possível encontrar registros do casarão n° 2 por várias épocas em livros, jornais, revistas e, mais recentemente, na web. Na página seis, do livro: ”100 Imagens da Arquitetura Pelotense”, por exemplo, pode-se apreciar o trabalho feito por Rosa Maria Garcia Rolim de Moura e Andrey Rosenthal Schlee. Nele, temos a história do prédio, contada com auxílio de fotos e do projeto em planta baixa, que revela uma grande área aberta no seu interior, onde ocorrem saraus e eventos.
        A Casa 2 representa o esforço de preservação do patrimônio cultural de Pelotas. Construída no estilo colonial, no terceiro decênio do século XIX, ela serviu inicialmente de moradia do Charqueador José Vieira Vianna. Foi reformada em 1880, pelo arquiteto Italiano José Izella Merotte, que deu ao casarão uma “aparência clássica” e rica em detalhes. Izella introduziu diferentes ordens Greco-Romanas notáveis nas platibandas, frontões que marcam o acesso ao prédio, nas pilastras sobre as paredes, no enquadramento e no emolduramento das aberturas.
        A arquiteta Michele Bastos e o superintendente da Secretaria Municipal de Cultura, Mogar Xavier, são alguns dos responsáveis pelo Casarão nº2. “Ele serviu de moradia particular e também para atividades comercias, como o Bric Belchior, e também foi unidade anexa do Grande Hotel”, afirmou Mogar.
       Elemento marcante é o mirante, do qual era observada a chegada e saída das embarcações no Arroio Santa Bárbara, onde José Vieira Vianna possuía uma charqueada. Chegou a estar fechado por mais de 20 anos e depois foi comprado pela Associação dos Profissionais Liberais Universitários do Brasil (APLUB), para ser demolido e dar lugar a um prédio residencial, que graças ao Profº Adail Bento Costa, não se concretizou. Adail liderou um movimento contra a sua demolição em 1976, que decretou definitivamente a sua preservação.
        Em 1977 o casarão foi tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional e foi transformado em Centro Cultural e Memorial Profº Adail Bento Costa. 

Em plena atividade

        O prédio abriga em seu andar térreo salas de exposições culturais onde estão as mobílias, o busto, um retrato e diversos objetos pessoais de Adail Bento Costa. No andar superior, o sobrado sedia atualmente a Secretaria Municipal de Cultura.
             O Casarão nº 2 faz parte da história de Pelotas, e pode ser citado como o símbolo da luta pela preservação da história arquitetônica da cidade. Hoje e sempre, motivo de orgulho para a cidade. 

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