Pensamentos



"A sociedade que aceita qualquer jornalismo não merece jornalismo melhor." ALBERTO DINES


quarta-feira, 29 de junho de 2011

Será que estão realmente preocupados com a sua saúde?

Virgínea Novack

Sou careta. Drogas bah! Não deixe a droga controlar sua vida. Crack nem pensar! Drogas, Tô fora! Mate sua curiosidade sem que ela te mate. A vida é curta e a droga encurta. Esses são alguns slogans que temos ouvido nos últimos anos. Com o passar do tempo, a nossa maior certeza é que quem entra pro mundo das drogas nunca mais sai. O estado proíbe terminantemente o uso de maconha, cocaína, crack, LSD, e atualmente, do oxi. Mas onde tudo isso começa?  Tudo começa com as drogas que são legalizadas e vendidas em qualquer barzinho.

Segundo Mariana Araguaia, graduada em Biologia, que faz parte do projeto Brasil Escola, “O cigarro apresenta em sua composição gás carbônico, monóxido de carbono, amônia, benzeno, tolueno, alcatrão, acido fórmico, acido acético, chumbo, Cadmo, zinco, níquel dentre muitas outras substâncias.” Ela afirma também que “o cigarro é ainda mais viciante que drogas como álcool, cocaína, crack e morfina [...]. Assim, a probabilidade de um indivíduo se tornar dependente de nicotina é muito alta”.
Como se não bastasse, de acordo com a Universidade Estadual Paulista (UNESP), o tabagismo é diretamente responsável por 30% das mortes por câncer, 90% das mortes por câncer de pulmão, 25% das mortes por doença coronariana, 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica e 25% das mortes por doença cerebrovascular. Outras doenças que estão relacionadas ao uso do cigarro são aneurisma arterial, trombose vascular, úlcera do aparelho digestivo, infecções respiratórias e impotência sexual.
Estima-se que no Brasil, a cada ano, 80 mil pessoas morram precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo, número que não para de aumentar. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 24% das crianças são de alguma forma fumantes passivas e estão sujeitas aos efeitos nocivos do tabaco.
Apesar de tudo que o cigarro pode causar, ele ainda pode ser considerado uma droga aceitável para a sociedade, pois não é entorpecente, isto é, não tira o indivíduo da realidade, o que lhe permitiria cometer delitos que não faria se estivesse sem o efeito da droga. 

Mas e o álcool?

De acordo com o Cisa (Centro de informações sobre saúde e álcool), “A ingestão de pequenas quantidades de álcool provoca desinibição e alterações do comportamento, mas se o indivíduo exagerar pode haver mudanças fisiológicas e comportamentais severas, o que culmina em possíveis casos de violência interpessoal e até mesmo coma alcoólico.” O álcool é a substância psicoativa mais popular do planeta, sendo a droga preferida dos brasileiros (68,7% do total). No país, 90% das internações em hospitais psiquiátricos por dependência de drogas são devidas ao álcool.
O alcoolismo é a terceira doença que mais mata no mundo. Além disso, causa 350 doenças, físicas e psiquiátricas, tornando dependentes um em cada dez usuários.

A verdade

Então, se essas drogas são tão terríveis e são liberadas, outras drogas como a maconha devem ser altamente destrutivas, não é mesmo? Não! Segundo dados da ONU, 147 milhões de pessoas fumam maconha no mundo, o que faz dela a terceira droga psicoativa mais consumida do planeta, depois do tabaco e do álcool.


Mas será que a maconha não faz mal? Depois de mais de um século de pesquisas, a resposta mais honesta é: faz, mas muito pouco, e só para casos extremos. O uso moderado não faz mal. O usuário eventual de maconha, que é o mais comum, não precisa se preocupar com um aumento grande do risco de câncer. Quem fuma mais de um “baseado” por dia há mais de 15 anos deve pensar em parar.
E a célebre frase repetida anos: “Maconha mata neurônios”? Não passa de mito. Bilhões de dólares foram investidos para comprovar que o THC (substância psicoativa da planta) destrói o tecido cerebral, mas nada foi encontrado. E ainda na comparação com o álcool, a maconha leva grande vantagem: beber muito provoca danos cerebrais irreparáveis e afeta a memória.
Com isso, chegamos à grande explicação para algumas drogas serem socialmente aceitas e outras não, que é o que acontece com o álcool e cigarro (que são lícitas) em comparação à maconha (que é ilícita). É que as drogas lícitas rendem ao governo cerca de 13 bilhões de reais ao ano, enquanto que a maconha não traz lucro nenhum ao governo, até porque eu nunca vi traficante pagando imposto.
         Você realmente acha que o governo esta preocupado com a sua saúde?



Nenhum comentário:

Postar um comentário