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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Movimento Tradicionalista em Cachoeira do Sul

 Ezekiel Dall'Bello

        O movimento cultural “Não Deixe Nossa Vigília Morrer”, promovido por tradicionalistas de Cachoeira do Sul, já completa mais de duas semanas, com muitas discussões e debates. Após o anúncio do prefeito da cidade, Sérgio Ghignatti, de que não realizaria a Vigília do Canto Gaúcho esse ano, gaúchos e gaúchas têm se envolvido fortemente para mudança de tal decisão.
       A fim de defender a cultura local, o movimento começou por volta do dia seis (6) desse mês. Embora simbólico, é uma luta pela cultura popular, pela identidade cultural gaúcha e a honra daqueles que fazem os festivais de música, poesia e canto do Rio Grande do Sul. “Pela honra da cultura gaúcha”, tradicionalistas junto ao Núcleo Cachoeirense de Compositores Nativistas (NCCN) lançaram a campanha “Não Deixe Morrer Nossa Vigília”.
Ghignatti gera polêmica
       O prefeito da cidade afirma que decidiu “priorizar atividades que envolvam competidores só de Cachoeira, o que faz com que o dinheiro das premiações fique na cidade”. Também ressaltou que “os tradicionalistas não têm do que reclamar”, pois ele está apoiando financeiramente a cavalgada da integração.
    Em contrapartida a essas declarações, os organizadores do movimento lembram que jamais os músicos de Cachoeira do Sul ou participantes do festival foram convidados para uma reunião com o prefeito ou seu departamento de eventos, para debater o assunto ou tratar de qualquer tema. Por informações extraoficiais, sabe-se que apenas em 2010 houve um contato com patrões de CTGs perguntando se os mesmos desejavam “assumir a Vigília”.
Clarissa faz crítica à Prefeitura
       
     Conforme a jornalista Clarissa Moura (foto), “um dos maiores e mais tradicionais festivais nativistas do estado agoniza com o descomprometimento - com a identidade cultural gaúcha - destes políticos que se elegem ‘declamando’ Jaime Caetano Braun na TV, mas depois viram as costas à produção cultural regional”. Ainda afirma que “a Vigília não morrerá, pois os mandatos eleitorais terminarão e a cultura seguirá”. Clarissa finaliza dizendo que “chega de ‘mercadores’ e políticos que não promovem a cultura determinarem a extinção de nossos festivais, de calarem a nossa voz, atentarem contra nossa memória histórica, apagarem os nossos versos, renegarem nossas origens e negarem nossa identidade cultural”.
       Frente a tudo isso, organizadores do movimento pedem o apoio dos nativistas do Rio Grande e do Brasil no sentido de manifestarem o seu protesto com a decisão da Prefeitura. A ideia para os interessados é de replicar a mensagem para demais contatos e pelas suas redes sociais, ou escrevendo diretamente para o prefeito, os vereadores de Cachoeira do Sul e o Jornal do Povo, principal órgão de imprensa da cidade. 
        No dia 20 de Junho, na Câmara de Vereadores da cidade, houve assembleia na qual foi discutido o assunto. Segundo o estudante Bruno Bitencourt, 19 anos, “foi um grande dia para o movimento. Além da votação prevista, alguns vereadores explanaram sobre o movimento. Dentre eles estava Leandro Balardin, que levou ao público presente a informação de que no orçamento previsto para este ano tinha R$104.000,00 para a Vigília”.
           Os debates e discussões continuam em meio à população e principalmente nas redes sociais, como no twitter, onde segue a hastag "#NãoDeixemNossaVigíliaMorrer". Enquanto temos de um lado os tradicionalistas que tanto lutam pelo evento, temos de outro os administradores e responsáveis pela Vigília, que cada vez mais se veem encurralados frente à manisfestação. O tema está indefinido, e ainda vai dar muito o que falar.

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