Elana Mazon, Esther Louro, Manuelle de Lima, Marcela Lorea,
Maria da Graça Siqueira e Mônica Bandeira
Faltando pouco mais
de 200 dias para a comemoração do bicentenário de Pelotas, tanto a prefeitura
quanto outras instituições trabalham para que esta data fique marcada não só na
história da cidade e de sua população, mas também na história do Estado. Pelo
fato de Pelotas ser a 3º cidade mais populosa do Rio Grande do Sul e ter
conquistado visibilidade nacional por sua tradição doceira, a responsabilidade
de celebrar o dia 7 de julho de 2012, quando completará 200 anos, torna-se ainda
maior.
Para este evento,
serão disponibilizados R$ 300 mil, graças a uma Emenda Parlamentar de autoria
da deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB). Segundo ela, em declaração ao
clicRBS,“contar a história dos 200 anos
de Pelotas é contar a história do Estado e de toda sua trajetória de
desenvolvimento”.
O trabalho das
comissões
O projeto “200 Anos
de Pelotas” está ligado à Prefeitura, e tem como coordenador geral o
vice-prefeito Fabrício Tavares, que conta com a colaboração da sua chefe de
gabinete Michele Lima e de mais três assessores. Segundo o site da Prefeitura
Municipal de Pelotas, ele se diz satisfeito pelo engajamento e interesse da
comunidade em envolver-se nesse projeto que definiu as atividades sociais,
culturais e esportivas que já estão sendo executadas desde 7 de julho deste
ano.
Relógio em frente à Prefeitura |
Junto aos festejos
dos 199 anos, foi inaugurado o relógio que faz a contagem regressiva para o
bicentenário, instalado em frente ao prédio da Prefeitura. No decorrer do ano
outros projetos serão realizados, como a 1º edição do Baile Municipal de
Debutantes da Periferia de Pelotas, que contemplará 30 jovens com vestido,
cabelo, maquiagem e anel. A organização de eventos como o Encontro de Arte e
Tradição (ENART), Expofeira e Moda Pelotas, todos já previstos no calendário
anual da cidade, este ano tiveram apoio especial e em diferentes áreas por
parte do projeto.
Já a “Comissão
UFPel 200 anos” foi constituída no final de maio e é coordenada pelo chefe de
imprensa da Universidade Federal de Pelotas, o jornalista Clayton Rocha. A
comissão conta com 41 membros que serão responsáveis pela programação de
atividades artísticas, culturais e científicas. Segundo Rocha, “estes membros foram escolhidos pela
notoriedade e o alto espírito comunitário que possuem”.
Entre os eventos
programados pela comissão da UFPel, destaca-se a elaboração de um mapa com as
cidades co-irmãs de Pelotas, contando suas histórias e o porquê da irmandade,
com conclusão prevista para dezembro deste ano. Também haverá uma benção
ecumênica do Arcebispo Dom Jacinto Bergmann às margens do São Gonçalo (foto) e o
lançamento do livro “Os 200 Grandes do Bi-Centenário”, que será escrito por
Clayton Rocha e pelo poeta Mário Osório Magalhães, com o aval das duas
comissões. A programação ainda não está fechada podendo ser agregadas novas
atividades.
A opinião da
população pelotense
Mesmo
diante de toda mobilização das duas comissões para que a data seja comemorada
em grande estilo, a população, em sua maioria, não se sente engajada nesse
processo de construção e no resultado que ele gerará. A dona de casa Maria
Mendonça diz que sequer sabia que Pelotas estava prestes a comemorar seus 200
anos.
Já
a estudante Paula Krauze, de 16 anos, ficou sabendo da comemoração através da
faixa colocada em frente à escola em que estuda, onde professores protestavam
contra os salários recebidos fazendo referência à comemoração. Em sua opinião, “as programações que serão feitas servirão
de status para a cidade. Nós precisamos de hospitais e tantas outras coisas,
mas estão trocando as prioridades da população”.
Já o vendedor Luiz Eduardo Silva ficou
sabendo dos 200 anos devido à movimentação no dia da inauguração do relógio, já
que trabalha nas redondezas da Praça onde ele foi instalado. O vendedor acha
interessante todo o trabalho que será feito desde que a população local seja
beneficiada de alguma forma com a notoriedade da data.
E é isso que espera
grande parte dos cidadãos pelotenses, que além de comemorações e grandes eventos,
os 200 anos da terra do doce sirvam para trazer avanços em vários aspectos,
como a saúde, educação, segurança pública, mais empregos, enfim, uma vida digna
de moradores da cidade conhecida como Princesa do Sul.
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