Antoniela Rodriguez, Giorgio Guedin, Igor de Campos,
Pâmela Mendes e Vinícius Waltzer
O estacionamento rotativo em Pelotas vem
sendo um assunto bastante debatido e polêmico.
Com previsão de funcionamento a partir de março de 2012, a medida ainda
divide opiniões em nossa cidade. Segundo a Secretaria de Segurança, Transportes
e Trânsito (SSTT), serão usados aproximadamente 60 parquímetros e o projeto,
que passa por análise na Procuradoria Geral do município, prevê o
aproveitamento, após treinamento, dos guardadores de carros.
Os efeitos desse tipo de estacionamento,
no entanto, vão além das questões de trânsito. Passam por discussões sobre
segurança e até sobre as implicações no comércio da área central, uma das bases
da economia do município.Com um crescimento aproximado de 7 mil veículos por
ano, a frota pelotense já não é compatível com as políticas de trânsito da
cidade.
FOTO: Giorgio Guedin |
Pelotas cresceu e, com isso, vieram
problemas antes enfrentados apenas por metrópoles, como engarrafamentos e dificuldades
para estacionar em determinados locais. No centro da cidade, por exemplo, é
necessário dar várias voltas pelas mesmas ruas à procura de uma vaga. Nesse
contexto, surge o debate sobre a implantação do estacionamento rotativo.
A discussão não é novidade. Os debates
sobre essa alternativa ocorrem há, no mínimo, 10 anos. Entretanto, tornaram-se frequentes
nos últimos meses e têm contado com embasamento técnico. Após debates e
palestras com autoridades no assunto, como o presidente da Associação
Brasileira das Administradoras de Estacionamentos Rotativos (Abraerp), Adélcio
Antonini, em agosto, a SSTT afirma que o projeto do estacionamento rotativo já
está pronto e será encaminhado ao Executivo e depois à Câmara.
Funcionamento
Prevendo inicialmente o perímetro entre
as ruas Marechal Deodoro e Gonçalves Chaves e entre Dr. Cassiano e Lobo da
Costa, o projeto prevê a cobrança de R$1,30 por uma hora de permanência na
vaga, caso seja aprovado com o texto atual. O valor não difere muito do que é
cobrado nos estacionamentos particulares disponíveis na cidade, mas não prevê
seguro contra roubo ou dano aos veículos.
Outro ponto que causa resistência da
população está relacionado ao aproveitamento dos guardadores de carros. Para
muitos, a fiscalização e operação dos parquímetros deveria ficar a cargo
exclusivamente da empresa responsável pelo sistema de estacionamento.
No entanto, a questão dos guardadores é
uma preocupação da Câmara de Vereadores, que vem promovendo debates sobre os
efeitos sociais a serem causados pelo estacionamento rotativo desde o ano
passado. Houve, inclusive, no início do mês, uma reunião com o presidente da
Associação dos Guardadores de Carro, para expor detalhes do projeto que deverá
ser votado em breve, para que entre em funcionamento no início de 2012.
Há grande interesse por parte da Câmara
dos Dirigentes Lojistas (CDL) na aprovação do projeto.
“O sistema é importante para facilitar o acesso dos consumidores aos estabelecimentos comerciais do centro da cidade”, ENIO LOPES, presidente do CDL
O eletrotécnico
Carlos Silva concorda e diz que muitas vezes deixa de ir ao centro por saber
que passará horas rodando de carro à procura de estacionamento:
“Essas voltas que temos que dar, passando em baixa velocidade várias vezes no mesmo lugar acabam, às vezes, aumentando o risco de acidentes”
Exemplo do vizinho
Em funcionamento desde fevereiro do ano
passado, o estacionamento rotativo no centro de Rio Grande foi recentemente
ampliado, mas ainda divide opiniões.
Para a funcionária pública moradora do
município, Silvia Veleda, o sistema trouxe benefícios aos motoristas, já que
era impossível estacionar no centro após as 8h30min. Sobre a implantação em
Pelotas, Sílvia diz só ser possível funcionar se houver fiscalização eficiente,
como existe em Rio Grande.
Já o professor Jânio Vieira acredita que
o sistema em Rio Grande tem problemas. Para ele, além de achar injusto pagar
para estacionar, mesmo com a atual carga de impostos, acrescenta que o preço é
alto. E critica também o fato de não haver uma opção para quem vai apenas
entrar na farmácia, por exemplo. Para ele, deveria haver um tempo mínimo
(15 minutos) para o estacionamento ser cobrado. O valor do estacionamento
em Rio Grande é de R$0,60 por 30 min, podendo chegar a R$2,40, caso o veículo
permaneça as duas horas permitidas na vaga.
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