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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Estacionamento Rotativo busca soluções para a cidade


Antoniela Rodriguez, Giorgio Guedin, Igor de Campos,
Pâmela Mendes e Vinícius Waltzer


        O estacionamento rotativo em Pelotas vem sendo um assunto bastante debatido e polêmico.  Com previsão de funcionamento a partir de março de 2012, a medida ainda divide opiniões em nossa cidade. Segundo a Secretaria de Segurança, Transportes e Trânsito (SSTT), serão usados aproximadamente 60 parquímetros e o projeto, que passa por análise na Procuradoria Geral do município, prevê o aproveitamento, após treinamento, dos guardadores de carros.
        Os efeitos desse tipo de estacionamento, no entanto, vão além das questões de trânsito. Passam por discussões sobre segurança e até sobre as implicações no comércio da área central, uma das bases da economia do município.Com um crescimento aproximado de 7 mil veículos por ano, a frota pelotense já não é compatível com as políticas de trânsito da cidade.

FOTO: Giorgio Guedin


        Pelotas cresceu e, com isso, vieram problemas antes enfrentados apenas por metrópoles, como engarrafamentos e dificuldades para estacionar em determinados locais. No centro da cidade, por exemplo, é necessário dar várias voltas pelas mesmas ruas à procura de uma vaga. Nesse contexto, surge o debate sobre a implantação do estacionamento rotativo.
        A discussão não é novidade. Os debates sobre essa alternativa ocorrem há, no mínimo, 10 anos. Entretanto, tornaram-se frequentes nos últimos meses e têm contado com embasamento técnico. Após debates e palestras com autoridades no assunto, como o presidente da Associação Brasileira das Administradoras de Estacionamentos Rotativos (Abraerp), Adélcio Antonini, em agosto, a SSTT afirma que o projeto do estacionamento rotativo já está pronto e será encaminhado ao Executivo e depois à Câmara.

 Funcionamento

        Prevendo inicialmente o perímetro entre as ruas Marechal Deodoro e Gonçalves Chaves e entre Dr. Cassiano e Lobo da Costa, o projeto prevê a cobrança de R$1,30 por uma hora de permanência na vaga, caso seja aprovado com o texto atual. O valor não difere muito do que é cobrado nos estacionamentos particulares disponíveis na cidade, mas não prevê seguro contra roubo ou dano aos veículos.
        Outro ponto que causa resistência da população está relacionado ao aproveitamento dos guardadores de carros. Para muitos, a fiscalização e operação dos parquímetros deveria ficar a cargo exclusivamente da empresa responsável pelo sistema de estacionamento.
        No entanto, a questão dos guardadores é uma preocupação da Câmara de Vereadores, que vem promovendo debates sobre os efeitos sociais a serem causados pelo estacionamento rotativo desde o ano passado. Houve, inclusive, no início do mês, uma reunião com o presidente da Associação dos Guardadores de Carro, para expor detalhes do projeto que deverá ser votado em breve, para que entre em funcionamento no início de 2012.
        Há grande interesse por parte da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) na aprovação do projeto. 
“O sistema é importante para facilitar o acesso dos consumidores aos estabelecimentos comerciais do centro da cidade”, ENIO LOPES, presidente do CDL
         O eletrotécnico Carlos Silva concorda e diz que muitas vezes deixa de ir ao centro por saber que passará horas rodando de carro à procura de estacionamento:
“Essas voltas que temos que dar, passando em baixa velocidade várias vezes no mesmo lugar acabam, às vezes, aumentando o risco de acidentes”


Exemplo do vizinho

        Em funcionamento desde fevereiro do ano passado, o estacionamento rotativo no centro de Rio Grande foi recentemente ampliado, mas ainda divide opiniões.
        Para a funcionária pública moradora do município, Silvia Veleda, o sistema trouxe benefícios aos motoristas, já que era impossível estacionar no centro após as 8h30min. Sobre a implantação em Pelotas, Sílvia diz só ser possível funcionar se houver fiscalização eficiente, como existe em Rio Grande.
        Já o professor Jânio Vieira acredita que o sistema em Rio Grande tem problemas. Para ele, além de achar injusto pagar para estacionar, mesmo com a atual carga de impostos, acrescenta que o preço é alto. E critica também o fato de não haver uma opção para quem vai apenas entrar na farmácia, por exemplo. Para ele, deveria haver um tempo mínimo (15 minutos) para o estacionamento ser cobrado. O valor do estacionamento em Rio Grande é de R$0,60 por 30 min, podendo chegar a R$2,40, caso o veículo permaneça as duas horas permitidas na vaga.

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