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segunda-feira, 20 de junho de 2011

História preservada em Pelotas

Ândria Völz, Camila Mattos, Rita Pereira e Vanessa Lilja

         Durante longo período da história do Rio Grande do Sul, o gado foi a base da economia gaúcha. Contudo, foi no extremo sul do estado, na cidade de Pelotas, que a maioria das charqueadas se instalaram. Isso devido à localização da cidade, que facilitava a importação do produto.
          Como Pelotas conta com um grande número de rios que dão acesso ao Porto do Rio Grande, local onde o charque era exportado para o Rio de Janeiro e outros portos do país, o dinheiro gerado pelas charqueadas, transformou o município. A cidade se tornou polo de famílias ricas, que cultivavam hábitos sofisticados.
      Se no século XIX as charqueadas eram propriedades rurais de caráter industrial, hoje em dia elas mantêm seu valor histórico cultural, porém com muito mais charme e o aconchego da beleza natural que as rodeiam. As charqueadas que ainda existem na cidade são: Santa Rita, São João, Costa do Abolengo e Boa Vista. Elas relembram o passado de Pelotas e maravilham os visitantes.

Charqueada Santa Rita

         A charqueada Santa Rita é uma ótima opção para quem prefere se distanciar da urbanização e dar preferência a um ambiente, que apesar de preservar o caráter rústico da época, apresenta um toque de sofisticação.
          Ela também é aberta a visitação, com guias oriundos dos cursos de turismo das universidades da cidade. No percurso, o visitante conhece artefatos utilizados para a produção do charque, detalhes da arquitetura colonial e curiosidades sobre a cidade de Pelotas, que estão relacionadas às charqueadas. O passeio é concluído com a visita ao Museu do Charque. 

                        

         Ao utilizar o serviço de hospedagem da charqueada, os hóspedes têm acesso a caiaques, Canoa Canadense, passeio de bicicleta, pesca entre outras opções de lazer. Não incluso na diária, a pousada oferece também passeios a cavalo e passeio no barco Dundee.

Charqueada São João

        Um dos mais bonitos e íntegros exemplos da arquitetura do Ciclo do Charque, datada entre 1807 e 1810, a Charqueada São João conserva até hoje as características da época, apresentando um aspecto bem rústico. Em seu interior louças, talheres e móveis permanecem quase como originais, com poucas e quase imperceptíveis restaurações. 
 
                    


          Hoje a charqueada é um dos locais mais requisitados para eventos, desde casamentos, aniversários e formaturas, até reuniões empresariais. Almoços, jantares e happy hours são servidos mediante agendamento. Em 2002, foi transformada na “Estância da Barra- A Casa das 7 Mulheres, tendo o privilégio de ser cenário da minissérie Global.

Charqueada Boa Vista

          A Charqueada Boa Vista foi fundada por José Inácio Bernardes, no ano de 1811, e ao longo dos seus 200 anos teve muitos proprietários, entre os quais está o Barão de Arroio Grande. A fachada da casa permanece a mesma desde sua fundação, sendo possível ver, em dois medalhões, a data da construção (1811) e a data da reforma (1938). Conta com mais de um hectare de um belo jardim, com flora lindíssima, arbustos floridos e plantas ornamentais, perfeito para comemorações diurnas. O salão bastante amplo, que comporta até 300 pessoas, conta com churrasqueira interna. E para quem prefere a tradição do churrasco no fogo de chão, possui local externo próprio.
          Dentre as atividades de lazer oferecidas estão quadras de futebol e vôlei, cricket e caiaques. Ainda há passeio de barco, já que se localiza as margens do arroio Pelotas, que na época do charque era conhecido por “Arroio Vermelho” devido ao sacrifício do gado na beira do rio.
         Além de estar disponível para locação, a Charqueada Boa Vista organiza eventos e convenções de trabalho.

                                            

Charqueada Costa do Abolengo

          A Charqueada Costa do Abolengo possui uma peculiaridade: os proprietários ficaram sabendo que o local era uma charqueada cerca de seis anos atrás. O território foi comprado pela família por volta de 1952, e desde então o local foi destinado a “casa de campo”. Sem saber do valor histórico cultural, o proprietário modificou totalmente a estrutura da época. Transformou, por exemplo, o local onde pesquisadores dizem ter sido a senzala dos escravos, em cocheira para seus cavalos.

                            

      Apesar de ser uma das únicas charqueadas que não manteve suas construções originais, o local tem uma beleza natural que conta com a sombra de figueiras centenárias e a tranquilidade do campo. E para quem deseja realizar eventos, o local também possui estrutura.




      As charqueadas de Pelotas são uma ótima sugestão para quem gosta de cultura e da história do nosso povo. Ao chegar lá, além de ficarmos fascinados com a beleza, temos privilégio de desfrutar parte da história. Como se a história que estudamos na escola, estivesse materializada entre nós. É viver por instantes em um local que há séculos atrás foi a alavanca da economia do nosso estado, e mesmo depois de tanto tempo, permanece aos nossos olhos.
          Hoje, são referências em sossego para quem vai com a família conhecer e desfrutar das atividades oferecidas. E para quem quer realizar eventos, é certeza de requinte com sutil toque rústico, que permanece entranhado nas raízes desses belos lugares.

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