Pensamentos



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sábado, 9 de julho de 2011

Pelotas exposta à Gripe H1N1

Antoniela Rodriguez, Elana Mazon e Maria da Graça Siqueira

 
Com a chegada do inverno, é provável o aumento da disseminação do vírus da gripe A. Com novos casos e a baixa temperatura, a situação fica preocupante e a corrida aos postos de saúde aumenta.  Até o momento, foram registrados sete casos de morte pela gripe no estado do Rio Grande do Sul.
A população tem orientação para procurar os postos próximos de suas casas e se imunizar. Mas, é exatamente aí onde começam os problemas. A demanda pela vacina é maior do que a disponibilidade. Muitas vezes, faltam seringas. Na tarde de quinta-feira (30), presenciamos o tratamento dispensado a cerca de 280 pessoas que formavam a fila na Rua Voluntários da Pátria com a Rua Santos Dumont.(foto)

Fila virava a esquina


Alguns estavam ali há duas horas, e nem mesmo tinham a certeza de que conseguiriam ser vacinados. Idosos, doentes, crianças não só suportavam a situação, como já haviam passado pelo mesmo problema pela manhã, quando tentaram atendimento nos postos de saúde. Na fila, a sra. Nilza Cardozo nos disse que no postinho Fragete, o maior do bairro Fragata, só são fornecidas 40 fichas a cada turno, e que apenas uma pessoa efetua a vacinação. “Se pelo menos eles fizessem com mais agilidade...”, lamenta.
        Para mais esclarecimentos, procuramos por um responsável na Secretaria Municipal de Saúde e Bem Estar, onde o ar era sufocante. Nada bom para quem está querendo escapar de uma doença. O mal estar dentro do ambiente, que deveria oferecer exatamente o contrário, só piorou quando percebemos que as vacinas estavam terminando.
        A administradora do prédio, Mary Jane dos Anjos, repetia que a culpa não era da secretaria, que nada tinha a acrescentar e que deveríamos procurar informações na prefeitura. Quando saímos, encontramos ostensivo policiamento do GAP (Grupo Apoio Patrulha) dando cobertura à funcionária, que após sentir-se segura disse: “Terminou a vacina”. Em meio ao desolamento de uns, que simplesmente saíram cabisbaixos, ouvia-se a explosão de raiva de outros. Mas tudo isso feito dentro dos limites da educação, apenas com a voz alterada motivada pelo descaso com que se sentiam tratados.

GAP precisou ser acionado

         Perguntamos ao oficial Arquimedes o motivo da presença do GAP, ao que respondeu: “Fomos chamados porque tá dando tumulto, as vacinas estão acabando, as pessoas estão horas esperando e querem ser atendidas; querem porque querem. Para evitar um tumulto, uma briga, desavença, a gente tá aqui pra contornar a situação”. Na fila, a reclamação era uma só: “...cidade sem comando, sem planejamento. Se os postinhos pelo menos funcionassem...”

Apesar da espera, muitos ficaram sem vacina


        A coordenadora da vigilância das vacinas informou que Pelotas não tem mais vacina da gripe, que continuam no aguardo e na expectativa que possa chegar a qualquer momento, quando então serão então repassadas para todos os postinhos. A secretária da saúde, Arita Bergmann, foi procurada, mas não forneceu informações mais detalhadas.


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