Pensamentos



"A sociedade que aceita qualquer jornalismo não merece jornalismo melhor." ALBERTO DINES


domingo, 10 de julho de 2011

A contextualização da imagem no jornalismo

Ezekiel Dall'Bello
        Não é de hoje que o jornalismo se utiliza dos avanços tecnológicos para complementar sua produção, assim como toda sociedade mundial. Com o passar dos anos, o acontecimento não só era descrito em palavras, mas também apresentado em imagens. A fotografia propiciou uma representação do fato muito mais completa do que qualquer texto, mas deve-se ter alguns cuidados nesse estudo da imagem na produção jornalística.
        A foto vai muito além do “sair clicando”. É algo muito mais complexo, que necessita ser fundamentalmente contextualizado. A imagem pode ser usada em diferentes contextos dependendo da ideia central. O sujeito precisa ser conhecedor dessas ideias e das qualidades da fotografia para uma imagem perfeita.
        A imagem é fundamental na construção de sentido no contexto jornalístico. Na TV, a linguagem visual é uma forma de mediação entre as pessoas e os acontecimentos. A imagem é uma representação da realidade, um fato que liga o leitor ao acontecimento.
        Representação é o termo chave para a compreensão dos textos. Deve dizer algo sobre algo. É preciso utilizar a imagem de forma a produzir efeitos do real, naturalizando acontecimentos para o leitor. O que a notícia vai trazer de reflexão social com aquela imagem?
        A preocupação com a linguagem da foto, com sua produção de sentido, deve ser muito séria. Afinal, a fotografia é um processo discursivo. A edição pode melhorar, piorar, deixar igual ou até mesmo mudar totalmente o sentido da foto. Deve-se ter muito cuidado nisso, tendo em vista que uma imagem pode salvar uma matéria ou destruí-la. Pode ajudar o repórter ou derrubá-lo.
        A fotografia ganhou tanto espaço no jornalismo que hoje em dia, dentro desse campo, temos as denominadas matérias visuais, nas quais as imagens têm mais relevância do que o escrito em si. Contudo, elas ainda têm seu espaço controlado pelos veículos, especialmente no jornalismo impresso.
        O design do jornal impresso é diferente de qualquer outro. Não é só fazer “bonitinho”. É fazer funcional. É saber unir a fotografia, para a contextualização, facilitando a compreensão do leitor, mas sem desconsiderar o texto em si, que é a alma do impresso.
        Há quem diga que “uma imagem vale mais do que 1.000 palavras.” O jornalismo atual está em uma situação na qual devemos estudar com cuidado essa afirmação, já que temos cada vez mais imagens e menos texto. O jornalista não deve substituir a imagem pelo texto ou vice-versa, mas sim, saber complementá-los, unindo-os de forma clara, justa e coerente para a boa compreensão do público leitor.

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