Pensamentos



"A sociedade que aceita qualquer jornalismo não merece jornalismo melhor." ALBERTO DINES


domingo, 24 de julho de 2011

Gauchada não deixa a cultura se perder

Desempenho no Enart mostra que parte artística está sendo melhor trabalhada nos CTGs

Danças valorizadas pelas CTGs
     O sucesso da gauchada que integra as invernadas artísticas de quatro entidades tradicionalistas na fase regional do Enart mostra que a cultura está novamente sendo bem trabalhada em Cachoeira do Sul. Considerando apenas os concursos nas modalidades individual ou dupla, 12 prendas e peões de Cachoeira passaram para a fase inter-regional do concurso, que acontecerá em outubro, em Pelotas, para definir os finalistas do Enart.
      No concurso de intérprete solista vocal masculino, o estudante Taylor Bulsing de Oliveira, 14 anos, do CTG Estância do Chimarrão, conquistou o terceiro lugar entre os 22 cantores que subiram ao palco da regional do Enart, em Encruzilhada do Sul. Oliveira, que toca violão e canta desde os nove anos de idade, passou à fase inter-regional ao interpretar “América Latina”, um sucesso do cantor Dante Ramon Ledesma.
        Apesar do Estância ser reconhecido pela forte invernada campeira que disputa rodeios, o capataz do Estância, Fábio Garin, observa que a entidade vem valorizando a parte artística e incentivando os jovens talentos. O Estância possui, em parceria com a Escola Getúlio Vargas, dois grupos de dança, reunindo cerca de 30 prendas e peões.

      Para o patrão do CTG Os Gaudérios, Edson Quadros, todas as entidades devem incentivar as invernadas artísticas, valorizando a cultura gaúcha:

“Eu fiquei contente com a participação de várias entidades de Cachoeira no Enart. Pena que os cinco CTGs de nossa cidade não estavam participando”

     Para ele, não deve ocorrer rivalidade entre as entidades, mas sim respeito e cordialidade...

“Todos devem sentir orgulho de levar o nome de Cachoeira pelo estado”

CUSTO - Ele enfatiza que atualmente não é fácil manter as invernadas, já que o custo é alto com viagens e indumentária, por exemplo. Assim, as despesas são custeadas pelo CTG e pelos integrantes dos grupos. “Existe todo um esforço coletivo para manter as invernadas”, afirma Quadros. Hoje o Gaudérios possui três grupos de dança, envolvendo cerca de 90 tradicionalistas. Durante o ano, são promovidos vários eventos no Gaudérios para arrecadar recursos para as invernadas.
 
Declamador do Delfino em primeiro na região

        Declamador do PL Delfino Carvalho, o estudante Douglas Diehl Dias, 15 anos, foi o primeiro colocado na fase regional do Enart, em Encruzilhada do Sul. Dias vai representar o Delfino na etapa inter-regional, em outubro, em Pelotas. O estudante, que declama desde os seis anos, está participando pela segunda vez no Enart. Na inter-regional, ele não estará sozinho, pois o segundo colocado na regional foi o estudante Micael Feliciano Machado Lopes, 15 anos.

         A prenda Muriel Machado Lopes salienta que é um orgulho para a entidade ter os dois primeiros colocados na declamação na região:

“Mas para mim é um motivo de mais orgulho ainda, pois os acompanho desde seus primeiros passos”

         No Delfino, as prendas e peões são auxiliados pelos mais experientes para participar de concursos tradicionalistas.
 
AULAS - “Todos são preparados desde o concurso da entidade. Oferecemos aulas de dança e declamação, além da preparação para provas escritas. Nós incentivamos os grupos de estudos e acompanhamos todos os projetos”, destaca Muriel. Ela enfatiza que, ao incentivar as prendas e peões, o Delfino está colaborando para a formação dos futuros líderes do movimento tradicionalista.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Doenças respiratórias são agravadas no inverno

Leandro Domingues

Com a chegada da estação mais fria do ano, o inverno, é comum aumentarem os problemas de saúde causados pelas baixas temperaturas. Entre os atendimentos mais comuns, destacam-se as doenças respiratórias virais como resfriados e gripes, assim como as bacterianas, principalmente, pneumonias. Pessoas que já apresentam outras doenças, como asma, bronquite e enfisema pulmonar podem ter os sintomas agravados nesses períodos de muito frio.


Médico Gerson Araújo percebe o aumento da procura por atendimento

      Segundo Gerson Donizete de Araújo (foto), clínico geral do Posto de Saúde Rita Lobato em Rio Grande, as doenças respiratórias se favorecem com os hábitos da população, que no inverno costumam permanecer em locais pouco ventilados. O médico presta atendimento todos os dias e percebe o aumento significativo da procura no posto, assim que as temperaturas baixam: 
“Não adianta, chegou o inverno todo mundo se junta e quem tem vírus está trocando com outro”
 As bactérias e vírus são transmitidos principalmente pelo contato com secreções respiratórias. Por isso, Araújo destaca a importância de manter bons hábitos de higiene, como lavar bem as mãos periodicamente, assim como cobrir o nariz e boca ao tossir ou espirrar:
“Muitas vezes, as pessoas têm contato com outras em qualquer ambiente fechado, até mesmo no emprego. Pode começar aí o período de encubação do vírus, que uma hora ou outra, vai manifestar os sintomas”
Ele ressalta a importância de buscar atendimento de saúde, logo ao sentir os primeiros sintomas:
“Com até 72 horas eu posso prescrever medicamentos com mais segurança, como o Tamiflu em casos do H1N1. Depois disso, o tratamento se restringe mais aos cuidados sintomáticos”
As pessoas, que podem sentir mais os reflexos das doenças respiratórias recebem por parte dos profissionais médicos do posto uma atenção redobrada:

“Grupos mais sensíveis como crianças e idosos precisam ficar mais atentos a qualquer sintoma e portadores de doenças crônicas como Aids e tuberculose não podem esquecer de seguir as orientações e principalmente tomar os medicamentos”

Crianças precisam de atenção redobrada
 A mãe do pequeno Lucas, de cinco anos, levou o menino ao posto para consultar, assim que percebeu as primeiros sintomas de tosse. “Ele estava tossindo muito e trouxe, pois tive medo dessa onda de gripe, ainda mais que ele tem bronquite”, afirmou ela, enquanto esperava o menino fazer nebulização em uma sala do posto de saúde.



Veja como se prevenir das doenças respiratórias:

- Lave as mãos com água e sabão a toda hora
-Cubra o nariz e a boca com lenço quando tossir ou espirrar
-Não divida alimentos, bebidas, copos e toalhas
-Não fique em lugares fechados, abra sempre as janelas

domingo, 10 de julho de 2011

TV: o jornalismo visual

Ezekiel Dall'Bello

      Em palestra no dia 29 de Junho na Universidade Federal de Pelotas, o jornalista André Lapuente falou a estudantes da instituição sobre o processo de produção de notícias em telejornalismo. O profissional, que se considera um “dinossauro” da TV, começou a trabalhar com produção de vídeos desde a época em que Pelotas tinha só cerca de 1.000 videocassetes, acompanhando todo o desenvolvimento tecnológico.
        Lapuente, que lecionou por 22 anos na Universidade Católica de Pelotas e trabalhou na RBS, foi com o intuito de conversar mais com os acadêmicos, e não fazer uma palestra propriamente dita. E logo iniciou essa conversa introduzindo a plateia na questão do texto para TV.
        Tudo começa pelo texto. Ao se escrever para TV, devemos contar uma história com início, meio e fim, como se estivéssemos conversando com um amigo (linguagem do dia-a-dia). O texto deve estar claro e direto para diferentes tipos de espectadores. Exato e conciso, em linguagem simples. Telejornal tem de ter texto dinâmico, que seja abrangente a todo público. Mas também tem que ter formalismo.
        Ainda não podemos esquecer que o texto para TV é sempre acompanhado de imagens. Mas a TV não é imagem. São laços sociais. O texto não deve descrever a imagem, mas sim explica-la e complementá-la de forma direta (pois o tempo e espaço na TV são curtos). Entre duas palavras, escolha a mais simples. Entre duas simples, escolha a menor. A matéria pode ser montada de várias formas, mas tem de trazer o entendimento com começo, meio e fim.
        Deve-se ter bom senso na escolha do material a ser publicado. O leitor não pode ficar sobrecarregado. Simplicidade é a principal regra na construção. Mas não devemos ter pobreza de vocabulário, mas sim um texto claro, leve e objetivo. Simples.
        O espectador que está na frente da TV não tem a possibilidade de “voltar”, de retornar ao assunto como na web, por exemplo. Por isso a importante questão da compreensão. O público não pode e não deve ficar com dúvidas.
        Aonde estamos inseridos? Qual a ideia da emissora? Um dos primeiros conflitos que aparece é o de interesses, quando o jornalista quer abordar uma coisa e a emissora outra. O profissional deve seguir a linha editorial da empresa, não se pode ter a visão de que é viável se fazer de tudo.
        Sobre a RBS, André afirmou que o telejornal do grupo perdeu muito espaço. Modificou-se sua estrutura de trabalho para dar mais espaço para o comercial. Matérias mais fracas e mais publicidade. “O Jornal do Almoço não é mais o Jornal do Almoço. É uma revista eletrônica que nos é apresentada”, comentou.
        No mercado, todas emissoras se conhecem e sabem o potencial de cada uma. O Diário Popular é um jornal muito referencial. Ele tem fontes em todas as áreas. Já na TV moderna, há uma contínua procura pelo espetáculo, com pouca informação (como a Globo faz, com Tiago Leifert, por exemplo). “A matéria não precisa ser ‘quadradinha’, mas deve-se seguir as fases de produção.”
        Nos processos de edição da imagem na televisão, o jornalista nos diz que existe a edição linear (trabalha com o corte “seco”, sai uma imagem e entra outra imediatamente) e a edição não-linear (tudo que se tem no computador e pode misturar; tem um produto final muito melhor; “Pode-se fazer 1001 coisas”; “o Premiere é a base dos programas”). Hoje só se trabalha com a imagem digital. A analógica não é mais utilizada.
        Quanto à captura de imagens para a TV, o jornalista afirma que “o sujeito não tem que ser um grande cinegrafista, mas deve ser conhecedor da imagem. O repórter e o cinegrafista, quando saem para produzir, devem ser um só.” Ressalta também que “o repórter não foi feito para aparecer. Ele foi feito para trazer a informação. Quem aparece é o comentarista.”
        O repórter tem muita responsabilidade. Ele não pode se desculpar dizendo que não teve como produzir. A matéria tem de sair, nem que seja uma matéria gaveta, aquela que está guardada para quando for necessário. “TV é muito trabalho: horas sem sono, horas sem comer, sem descanso, sem tempo. Fazemos de tudo pela produção. Só não podemos deixar de produzir.”
        Por fim, comentou a questão do posicionamento do jornalista, dizendo que imparcialidade não existe. “Na própria construção da matéria fazemos escolhas e definimos o que escrever e colocar. O jornalista se posiciona sim.” Contudo, deve-se ter cuidado para a credibilidade não ser afetada. “A credibilidade do jornalista é tudo”, diz Lapuente. “Ela está condicionada à quantidade e a qualidade das fontes. Não podemos recolher informação somente de uma fonte ou de qualquer fonte acerca do assunto”, finalizou.

O “fotografar” jornalístico

Ezekiel Dall'Bello

        No dia 25 de maio, realizou-se na sala 15 da Faculdade de Letras, no Campus Porto da Universidade Federal de Pelotas, palestra com o fotógrafo do Diário Popular, Paulo Rossi. Na ocasião, o profissional falou a estudantes de 3º semestre de jornalismo, tendo como base para seu discurso os avanços tecnológicos da fotografia e as experiências no fotojornalismo.
        Rossi iniciou falando um pouco sobre sua profissão e formação, comentando as qualidades do fotógrafo e alertando sobre o que iria ser tratado na noite. Apresentou câmeras fotográficas de várias épocas em breves palavras, repassando-as aos estudantes e comentando o que é específico de cada uma. Nesse momento, já induzia sua palestra a seguir na linha cronológica do tempo, no que diz respeito à evolução do fotojornalismo.
        As primeiras câmeras digitais que chegaram a Pelotas não eram muito boas, mas hoje existem máquinas excelentes. Apesar disso, Rossi nos alertou que “ainda existem fotógrafos que utilizam o filme e máquinas mais antigas. Não quiseram aderir a essa modernidade.” Contudo, para ele, “a praticidade do digital é incomparável a do tempo do filme.”
        Segundo Paulo, o avanço tecnológico foi essencial para o fotojornalismo. Ele nos citou um exemplo, que é a cobertura de um jogo de futebol. Antigamente, o jornalista deveria tirar a foto, pegar um carro, ir até o estúdio, revelar e secar a foto, passar no scanner para depois, finalmente, ir para o jornal. Hoje em dia, é só tirar a foto, passar para o computador, enviar por e-mail à edição e a foto já está publicada.
        Para nos dar uma noção do quão grande foi esse “salto” tecnológico, ele afirma: “hoje em dia, temos casos em que a foto é publicada no site e o fotógrafo ainda está no campo, o jogo nem acabou.” Fotografias são experiências. As de um jogo de futebol são mais uma.
        O importante da fotografia é a gente conseguir se expressar. Só existe um momento de apertar o botão, e devemos esperar por este momento, pois será “A” foto. O prazeroso é o fotógrafo fazer a foto, e não o computador. Rossi alerta: “Não sou contra o Photoshop e seus similares, mas acho que eles deixam os fotógrafos muito preguiçosos.” Finaliza defendendo sua empresa, dizendo: “não utilizamos a manipulação da imagem. Utilizamos os retoques. Não mudamos, melhoramos. O ideal para a máquina pode não ser o ideal para o fotógrafo. Depende do tipo de foto a ser tirada.”
        Conforme o jornalista, o fator principal da fotografia é a informação, o contexto que ela traz: “existem muitas fotos feias no jornalismo, mas também existem fotos lindas que não têm nenhuma informação. É preciso unir estética e informação. Precisamos de uma foto que nos garanta. Não podemos voltar ao jornal sem nada”, alertou.
        O sujeito deve saber operar a máquina para reproduzir aquilo que está vendo. “No fotojornalismo a gente tem que conseguir traduzir aquele evento em poucas imagens. A foto é um texto, e devemos saber unir os elementos para construir com qualidade esse texto visual”, completou Rossi, ressaltando que devemos olhar as imagens a fim de aprender a lê-las.
        O jornalista fez questão de enfatizar também que essa contextualização por parte do fotojornalista dificilmente vem igual à de outros profissionais. Exemplificou com sua vivência no Diário Popular, dizendo: “Somos quatro colegas para a fotografia do jornal e todos tipos de fotos, todas linguagens são diferentes, apesar da linha editorial ser a mesma.” Cada um pode construir a sua imagem.
        Paulo Rossi finalizou sua palestra com perguntas da plateia e a apresentação de algumas de suas fotos, comentando-as. Dentre os comentários, retornou à questão da tecnologia sempre presente no fotojornalismo, atentando para as facilidades que o mundo moderno nos viabiliza. Com o tempo se esgotando, o jornalista agradeceu a presença de todos e encerrou-se o evento.

A contextualização da imagem no jornalismo

Ezekiel Dall'Bello
        Não é de hoje que o jornalismo se utiliza dos avanços tecnológicos para complementar sua produção, assim como toda sociedade mundial. Com o passar dos anos, o acontecimento não só era descrito em palavras, mas também apresentado em imagens. A fotografia propiciou uma representação do fato muito mais completa do que qualquer texto, mas deve-se ter alguns cuidados nesse estudo da imagem na produção jornalística.
        A foto vai muito além do “sair clicando”. É algo muito mais complexo, que necessita ser fundamentalmente contextualizado. A imagem pode ser usada em diferentes contextos dependendo da ideia central. O sujeito precisa ser conhecedor dessas ideias e das qualidades da fotografia para uma imagem perfeita.
        A imagem é fundamental na construção de sentido no contexto jornalístico. Na TV, a linguagem visual é uma forma de mediação entre as pessoas e os acontecimentos. A imagem é uma representação da realidade, um fato que liga o leitor ao acontecimento.
        Representação é o termo chave para a compreensão dos textos. Deve dizer algo sobre algo. É preciso utilizar a imagem de forma a produzir efeitos do real, naturalizando acontecimentos para o leitor. O que a notícia vai trazer de reflexão social com aquela imagem?
        A preocupação com a linguagem da foto, com sua produção de sentido, deve ser muito séria. Afinal, a fotografia é um processo discursivo. A edição pode melhorar, piorar, deixar igual ou até mesmo mudar totalmente o sentido da foto. Deve-se ter muito cuidado nisso, tendo em vista que uma imagem pode salvar uma matéria ou destruí-la. Pode ajudar o repórter ou derrubá-lo.
        A fotografia ganhou tanto espaço no jornalismo que hoje em dia, dentro desse campo, temos as denominadas matérias visuais, nas quais as imagens têm mais relevância do que o escrito em si. Contudo, elas ainda têm seu espaço controlado pelos veículos, especialmente no jornalismo impresso.
        O design do jornal impresso é diferente de qualquer outro. Não é só fazer “bonitinho”. É fazer funcional. É saber unir a fotografia, para a contextualização, facilitando a compreensão do leitor, mas sem desconsiderar o texto em si, que é a alma do impresso.
        Há quem diga que “uma imagem vale mais do que 1.000 palavras.” O jornalismo atual está em uma situação na qual devemos estudar com cuidado essa afirmação, já que temos cada vez mais imagens e menos texto. O jornalista não deve substituir a imagem pelo texto ou vice-versa, mas sim, saber complementá-los, unindo-os de forma clara, justa e coerente para a boa compreensão do público leitor.

O que as palavras não contam...


...as imagens revelam!

Esther Louro e Manuelle de Lima

A imagem, seja no formato de vídeo ou fotografia, é fundamental no jornalismo. Ela possibilita que o expectador sinta emoções, conheça diferentes lugares sem sair de casa e, de certa forma, presencie situações fora de seu cotidiano. Antes dela, as notícias eram a versão escrita da realidade, mas com a união de texto e imagem, muita coisa mudou. O público pode comprovar que, de fato, o que liam havia acontecido, e os jornais passaram a ter maior credibilidade em suas notícias, já que os leitores além de lerem, “viam” a realidade noticiada.
Segundo o livro “A fotografia como documento social”, a primeira foto publicada pela imprensa foi no ano de 1880, no jornal Daily Herald, de Nova York. Após isso, cerca de 24 anos se passaram até que outros jornais como, Daily Mirror e Daily News, incorporassem a fotografia em suas páginas.

Crise econômica de 1929

Holocausto da 2ª Guerra, em 1939
Ataque do Japão a Pearl Harbor, em 1941
Bomba nuclear em Hiroshima, em 1945

Manifesto das Diretas Já!, em 1983

Protesto da Paz na Praça Celestial, em 1989

Veja também as imagens que já marcaram a história da atualidade:


Da atualidade, temos o exemplo da foto da Praça Coronel Pedro Osório, de Pelotas. Ela foi feita durante a reinauguração do chafariz das Nereidas, situado no centro da praça. O fotógrafo que a fez, Paulo Rossi, conta que a foto já foi usada em cartões postais e convites de formatura, sem a sua autorização. Porém, em conformidade com o jornal em que trabalha, decidiu não levar a juízo nenhuma dessas situações, por entender que essa foto não mais lhe pertence, mas faz parte da história do jornalismo da cidade.


 
ATÉ ONDE VAI O ALCANCE DAS LENTES?

Além de informar, contar histórias e promover o debate, o jornalismo tem a função de conscientizar a população, e para isso muitas vezes precisa usar tristes exemplos. Unindo tecnologia e internet, a Zero Hora.com, publicou em Novembro de 2010, Vidas Ausentes*, uma reportagem fotográfica, que conta o drama vivido por sete famílias que perderam entes queridos em acidentes de trânsito. As fotos de Ricardo Chaves mostram os quartos, ainda intactos, desses que prematuramente perderam a vida.
Segundo o editor chefe da Zero Hora, Altair Nobre, existem sentimentos que jamais conseguirão ser fielmente reproduzidos com palavras. E são nessas horas, que a sensibilidade de quem estará do outro lado da lente fará a diferença. Afinal, em inúmeras vezes somente as imagens conseguem captar as mais profundas emoções.
       
        Veja aqui a reportagem:

         Editor de fotografia da Zero Hora, Ricardo Chaves, conta brevemente como foi fazer as fotos:


*Devido à enorme repercussão da reportagem, as fotos percorrerão o Estado neste ano, na forma de uma exposição.

Tudo que os olhos veem

Ciclo de palestras na Universidade Federal de Pelotas levanta a importância da imagem no jornalismo

Alex Pires e Antoniela Rodriguez

Uma imagem vale por mil palavras. Acreditem, vale mesmo. Claro que, tratando-se de jornalismo, se ela vier com um texto junto, será ainda mais enriquecedor e informativo. Mas uma foto, um vídeo, tem o seu valor. A responsabilidade de um fotógrafo jornalístico é que a foto tirada, independentemente do texto, passe alguma espécie de informação.
A imagem é poderosa, sendo utilizada muitas vezes como forma de espetáculo. Desde que o mundo existe, o espetáculo o movimenta em diversas áreas e níveis, seja na religião, esportes ou artes. Não são poucos aqueles que desejam se promover através dele. Com o surgimento e avanço das mídias e da chamada espetacularização, a imagem pode ser tudo, elevar alguém ao topo, fazendo de sua reputação a melhor, ou então afundá-lo de vez.
Entretanto, como tudo na vida, o uso dessa arma não é só para coisas ruins. Dentro de todas as vertentes do jornalismo, as fotos servem como complemento a uma informação. A própria história humana, no que diz respeito a signos imagéticos, está diretamente ligada - e é dividida - de acordo com os avanços tecnológicos ao longo do tempo na imagem. Sua importância é apontada por muitos especialistas no assunto. 

Paulo Rossi em palestra
 
Fotografar exige cuidado, atenção e empenho. Encontrar o enquadramento certo, a luz adequada e elementos semânticos que façam aquela imagem ter sentido e significado. Para Paulo Rossi, que já lecionou fotografia na Universidade Federal de Pelotas no ano de 2009 e trabalhou nos jornais Zero Hora e Diário Popular, “a foto é um texto visual”. Sobre a visão do jornalista com sua câmera, questões de ângulo e procura do que fotografar declarou: “O certo para a câmera pode ser o que o jornalista não procura”. Através de uma simples película fotográfica, é possível fazer o real virar imagem, e uma imagem tornar-se real.
Em certas ocasiões, discute-se a ação de um jornalista. A pergunta é se, diante de uma situação onde determinada pessoa corra algum perigo, seu lado profissional deve prevalecer, ou se então o correto é, se possível, tentar ajudar.
Ao longo da história, uma quantidade incalculável de fotos foram feitas, e determinados exemplares ganharam fama mundial por seu conteúdo, por representarem momentos marcantes, ou possuírem tom social. A mais marcante, entretanto, deve ser a imagem agonizante de uma criança sendo observada de longe por um urubu no continente africano.


O autor do retrato foi condenado por várias pessoas, que alegaram o fato de que ele não ajudou aquela criança, não socorreu a um ser humano. A pressão foi tamanha que a culpa o dominou e, meses depois, ele veio a cometer suicídio. Ainda assim, a foto ganhou fama e notoriedade mundial, aparecendo sempre na lista das mais marcantes.
O que teria sido o correto a fazer na seguinte situação é contraditório. Na palestra feita para a turma de Jornalismo da UFPel, Paulo Rossi falou sobre o assunto enquanto mostrava fotos de um incêndio na galeria Zabaleta. Para o fotógrafo, é importante deixar claro que não são em todas as situações que o profissional pode prestar ajuda. Mas mesmo assim, não há impedimento para que ele use a sua câmera e, em seguida, faça o que estiver ao seu alcance para reverter a situação.
Curiosamente, alguns dias depois, no Programa do Jô, um entrevistado alegou algo semelhante. Contudo, não só de tristezas e tragédias é feito o trabalho de Paulo e de seus colegas do meio. Também faz parte do seu cotidiano fotos lindas, como a beleza de uma cidade iluminada vista de cima.

A fonte das Nereidas, fotografada por Paulo Rossi

 
André Lapuente também palestrou no Campus Porto da UFPel, transmitindo seus conhecimentos aos alunos do curso de Jornalismo. Focando na parte de vídeos, falou sobre os planos na hora de uma gravação, e fez uma experiência com os estudantes, os fazendo ler um texto no quadro enquanto eram gravados.        
O ciclo de palestras foi encerrado no dia 6 de Julho, e jovens que desejam ser jornalistas tiveram a oportunidade de aumentar o leque de seus conhecimentos. Segurar câmeras e treinar postura são partes de um caminho, que deverá ser longo, mas que certamente dará bons resultados. 

Humor inocente, mas que conquista a todos

Douglas Melo, Eduardo Reis, Igor de Campos e Vinicius Silveira

“Tinha que ser o Chaves!” Esta é apenas uma das inúmeras frases marcantes do seriado Chaves, que fez e ainda faz parte da infância de muitas crianças. E ela serve também para indicar de quem é o humor inocente e conquistador.
Em 1971 foi ao ar o primeiro programa “Chaves”, que se tornou uma atração semanal do canal mexicano Televisa no ano seguinte. O idealizador do humorístico é Roberto Gómez Bolaños, que dá vida ao personagem Chaves, um garoto pobre que mora na chamada Vila.

Roberto Gómez Bolaños caracterizado como “Chaves”
 
        Além do Chaves, os outros personagens também são muito queridos pelo público e deixam o programa ainda melhor. Quico é um deles. Menino mimado, filho de mãe solteira e que sempre faz questão de deixar Chaves com inveja de seus brinquedos. A sua mãe, Dona Florinda, é viúva e trata o filho como “tesouro”. É apaixonada pelo Professor Girafales, que dá aula às crianças na escola. Além deles existe o Seu Madruga, que passa boa parte dos episódios sofrendo com os tapas de Dona Florinda e fugindo de Seu Barriga, proprietário da vila, para não ter que pagar o aluguel. Sua filha, Chiquinha, é uma menina esperta que sempre tenta se divertir à custa dos demais. Esses e outros personagens deixam o humorístico ainda mais interessante.

Principais personagens do seriado

 O seriado não possui um público definido, mesmo sendo em sua maioria crianças. Graças à sua inocência e ao seu carisma, a atração consegue agradar todos os níveis de idade, muito pela simplicidade com que são feitos os episódios. A estudante Amanda Brito diz que ama Chaves “porque ele é ingênuo, não deseja mal a ninguém, é um garoto simples, que pode passar uma lição de vida para as crianças”.
        As frases marcantes do programa chamam a atenção do estudante Gustavo Machado, que afirma gostar pelo fato de ter “piadas simples e engraçadas, sem forçar. Personagens e dizeres marcantes, além de histórias legais”. Para Gabriel Bresque “a genialidade do humorístico está exatamente na simplicidade”.
        Um fator que atrai mais o público é a dublagem feita para o Brasil, que manteve o humor e o carisma da versão original. Piadas adaptadas para a história e para a linguagem do nosso país tornaram o seriado ainda mais simples e educativo para seu público infantil.
        Muitas crianças cresceram guiadas pelo humor do programa. Mesmo sendo um seriado antigo e que tem seus episódios repetidos seguidamente, seu público continua assistindo o programa e rindo de suas brincadeiras. Seus momentos engraçados não ficam restritos às frases, mas se estendem para suas vozes, seus gestos e suas expressões faciais. Personagens que possuem características marcantes, frases que facilitam seu reconhecimento e cenários feitos com poucos recursos são marcas claras de que um programa simples pode ser melhor e mais atraente que uma atração que tenha grandes gastos.

Assista!

A chegada de Chaves na Vila:


Episódio "Abre a torneira":