Marcela Lorea e Mônica Bandeira
Não
se pode negar que a arquitetura Pelotense é muito rica em detalhes. Pensando
assim, a artista plástica Cristina Ceia faz um trabalho artesanal, voltado à antiga
arquitetura dos pontos históricos da cidade, que vai completar 200 anos em
2012.
O
trabalho de Cristina consiste em representar os vitrais, ladrilhos, portas e
até mesmo os próprios prédios em caixas de madeira. Nessas caixas, são
colocados vidros na parte superior, onde há pintura com uma tinta extremamente
líquida. A artista conta que até a caixa ficar totalmente pronta demora cerca
de sete dias, devido ao tempo de a tinta secar.
As
caixas artesanais da artista plástica já são conhecidas em outros países. Uma
noiva brasileira encomendou seu trabalho para dar de lembrança no seu casamento
na Itália. A artista afirma que não faz exportação, e sim, que as pessoas
encomendam e levam para outros lugares. Ela também já fez trabalhos para a
cidade vizinha, Rio Grande, a maioria mostrando a estrutura dos pontos
históricos.
Cristina
Ceia, formada em Psicologia, fez Artes Plásticas na Universidade Federal de
Pelotas durante três anos, sem se formar. Como ela mesma afirma: “Começou a
entrar numa linha muito modernista, e não era aquilo que eu queria. Eu achava
que tinha que resgatar a arquitetura antiga. Aí desisti, não cheguei a me
formar, mas ajudou bastante.”
A
senhora, que se mostrou muito feliz em apresentar seu trabalho, durante muitos
anos os colocou em exposição na Feira Nacional do Doce (FENADOCE). Devido ao
fato da feira ser apenas uma vez por ano, sua prioridade passou a ser as
encomendas, que eram certas o ano inteiro. Exemplo de seus trabalhos são as
lembranças da Charqueada Santa Rita e o Museu da Baronesa, além das caixas de
doces das docerias Pérola, Berola e Pelotense.
Ela
iniciou com o “artesanato comum”, que todo mundo faz. Entretanto, queria ser um
diferencial. Enquanto passeava por Montevidéu, ela viu um trabalho com vitrais
e surgiu, assim, a ideia de trabalhar com os pontos históricos pelotenses.
Cristina nos conta que: “Começou com um levantamento fotográfico e reprodução.
Todo vitral tem a indicação de onde saiu, com exceção dos particulares”.
Ao
ser questionada sobre o preço, afirmou: “Não tenho que explorar. Tu não pode
dizer que está caro, pois não sabe o trabalho que deu pra chegar no trabalho
final”. Ao final da entrevista, a artista nos apresentou como é o seu trabalho,
além de nos mostrar as encomendas prontas, por volta de 100 caixas inspiradas
em Pelotas.
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