Antoniela Rodriguez, Elana Mazon e Maria da Graça Siqueira
Com a chegada do inverno,
é provável o aumento da disseminação do vírus da gripe A. Com novos casos e a
baixa temperatura, a situação fica preocupante e a corrida aos postos de saúde aumenta.
Até o momento, foram registrados sete
casos de morte pela gripe no estado do Rio Grande do Sul.
A população tem orientação
para procurar os postos próximos de suas casas e se imunizar. Mas, é exatamente
aí onde começam os problemas. A demanda pela vacina é maior do que a disponibilidade.
Muitas vezes, faltam seringas. Na tarde de quinta-feira (30), presenciamos o
tratamento dispensado a cerca de 280 pessoas que formavam a fila na Rua
Voluntários da Pátria com a Rua Santos Dumont.(foto)
Fila virava a esquina |
Alguns estavam ali há duas
horas, e nem mesmo tinham a certeza de que conseguiriam ser vacinados. Idosos, doentes,
crianças não só suportavam a situação, como já haviam passado pelo mesmo
problema pela manhã, quando tentaram atendimento nos postos de saúde. Na fila, a sra. Nilza
Cardozo nos disse que no postinho Fragete, o maior do bairro Fragata, só são
fornecidas 40 fichas a cada turno, e que apenas uma pessoa efetua a vacinação. “Se
pelo menos eles fizessem com mais agilidade...”, lamenta.
Para
mais esclarecimentos, procuramos por um responsável na Secretaria Municipal de
Saúde e Bem Estar, onde o ar era sufocante. Nada bom para quem está querendo
escapar de uma doença. O mal estar dentro do ambiente, que deveria oferecer
exatamente o contrário, só piorou quando percebemos que as vacinas estavam
terminando.
A administradora
do prédio, Mary Jane dos Anjos, repetia que a culpa não era da secretaria, que
nada tinha a acrescentar e que deveríamos procurar informações na prefeitura.
Quando saímos, encontramos ostensivo policiamento do GAP (Grupo Apoio Patrulha)
dando cobertura à funcionária, que após sentir-se segura disse: “Terminou a
vacina”. Em meio ao desolamento de uns, que simplesmente saíram cabisbaixos,
ouvia-se a explosão de raiva de outros. Mas tudo isso feito dentro dos limites
da educação, apenas com a voz alterada motivada pelo descaso com que se sentiam
tratados.
GAP precisou ser acionado |
Perguntamos
ao oficial Arquimedes o motivo da presença do GAP, ao que respondeu: “Fomos
chamados porque tá dando tumulto, as vacinas estão acabando, as pessoas estão
horas esperando e querem ser atendidas; querem porque querem. Para evitar um
tumulto, uma briga, desavença, a gente tá aqui pra contornar a situação”. Na
fila, a reclamação era uma só: “...cidade sem comando, sem planejamento. Se os
postinhos pelo menos funcionassem...”
Apesar da espera, muitos ficaram sem vacina |
A
coordenadora da vigilância das vacinas informou que Pelotas não tem mais vacina
da gripe, que continuam no aguardo e na expectativa que possa chegar a qualquer
momento, quando então serão então repassadas para todos os postinhos. A secretária da saúde, Arita Bergmann, foi
procurada, mas não forneceu informações mais detalhadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário