Camila Faraco e Vanessa Müller
Os sites de
compras coletivas surgiram em 2010 e rapidamente se tornaram uma febre que
modificou a maneira do
brasileiro de se comportar em relação às compras pela internet. O movimento se
revelou um dos mais intensos da internet nos últimos tempos, e os consumidores
brasileiros não ficaram pra trás nessa novidade.
O
sistema parecia tão simples que logo vários sites apareceram e transformaram
esse modelo de negócio no fenômeno virtual de 2010. Em dezembro, já havia mais
de 400 sites de compras coletivas em funcionamento – ou em fase de implantação
– no Brasil.
O segredo do sucesso: compra em larga escala a preço praticamente de custo |
O
primeiro site desse porte foi o Groupon, fundado pelo jovem americano Andrew
Mason (foto). Devido ao estrondoso sucesso, foram surgindo ao redor do mundo sites
similares ao inicial, revelando que há mercado de sobra para a compra on-line a
grandes descontos. Esse gigante americano ainda não aportou em Pelotas, mas há
indícios que em seguida irá penetrar no mercado do sul.
No
Brasil, o Peixe Urbano foi o pioneiro nesse conceito, e de certa forma explicou
ao público como a novidade funcionava. A adesão no início foi modesta, mas a
força da proposta e capacidade de comunicação tratou de convencer o público que
era uma boa opção de compra online. A presença na mídia de um dos
sócios-proprietários do Peixe também ajudou: ninguém menos do que o
apresentador Luciano Huck.
Em
Pelotas, estima-se que existam cerca de nove sites de compras coletivas em
funcionamento. O proprietário do “De Olho Vivo.com”, Pedro Firpo, afirma que
não há espaço na região para tantos sites desse estilo.
“Acredito que irão permanecer apenas os que contêm qualidade de ofertas, comprometimento com o cliente e agilidade em informação. Pelotas comporta no máximo dois portais de vendas coletivas, não só pela demanda, mas também pela baixa variedade de comércio”, frisou o jovem empresário.
A
estudante de Design Gráfico da Universidade Federal de Pelotas, Mariana
Barbieri, é uma dos milhares de usuários que verificam diariamente as ofertas
que estão no ar. Segundo ela, que já comprou de escova progressiva à caixinha
de cupcakes, as promoções atraem principalmente pelo preço: “Acabo adquirindo
coisas que geralmente não compraria a primeira instância pelo valor muito
alto”.
Por
outro lado, a empresária Patrícia Gonçalves, dona do restaurante Intervalo e
participante da promoção de prato de Filé a Parmeggiana (foto) pela metade do preço,
acredita que a maior vantagem de participar desse tipo de comércio é a
divulgação da marca.
“Nesse caso, não obtivemos lucro com a venda, que chegou a quase 500 pratos vendidos. O que nos surpreendeu foi a quantidade de novos clientes que conseguimos fidelizar, que ficaram conhecendo o meu restaurante através do site. Com certeza vale a pena pra mim como comerciante, pois tenho visibilidade e giro de clientela.”
Como
toda novidade, essa febre pode ser passageira. Ao que tudo indica, as compras
online vieram para ficar. Os números em vendas estão aí para comprovar. O que
resta saber é se o mercado agüenta a demanda de tantos sites ao mesmo tempo,
sugando promoções e saturando o comércio. Com breve ou longo tempo de duração,
os consumidores aproveitam os super descontos, e os empresários atingem ampla
divulgação, adquirindo novos clientes.
Vida
longa às compras coletivas!
Para
saber mais sobre as compras coletivas em Pelotas, assista reportagem da RBS
sobre o assunto através do link:
Passo-a-passo
das compras coletivas:
1º - Um empresário expõe seu produto a um
site com no mínimo 50% de desconto.
|
2º - A divulgação da promoção é feita
através de envio de e-mails aos clientes cadastrados e de amplo trabalho
pelas redes sociais: Orkut, Facebook e Twitter.
|
3º - O consumidor adquire o produto
através da venda online, por cartão de crédito, transferência bancária ou
boleto.
|
4º - Validada a promoção, o participante
leva consigo o número verificador (sinalizando a compra efetuada) e aproveita
as vantagens que adquiriu.
|
Por
trás da compras:
1)
Os portais como o Peixe Urbano entram no
processo através da procura por parceiros, divulgação da marca e gerenciamento
das vendas. O custo do cartão de crédito (que chega a custar 12% do valor da
compra) também é custeado pelo site.
2)
Os sites cobram em média de 20 a 50% do
valor lucrado em cima das vendas.
3)
As empresas não entram com valor concreto
na hora de pôr ao ar uma oferta: elas recebem conforme a venda dos produtos e
serviços. Se houver venda zero, a empresa não lucrou nada mas também não deve
nada ao site.
Conheça
alguns sites de compras coletivas em Pelotas:
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