Ezekiel Dall'Bello
No
dia 25 de maio, realizou-se na sala 15 da Faculdade de Letras, no Campus Porto
da Universidade Federal de Pelotas, palestra com o fotógrafo do Diário Popular,
Paulo Rossi. Na ocasião, o
profissional falou a estudantes de 3º semestre de jornalismo, tendo como base
para seu discurso os avanços tecnológicos da fotografia e as experiências no
fotojornalismo.
Rossi iniciou falando um pouco sobre sua
profissão e formação, comentando as qualidades do fotógrafo e alertando sobre o
que iria ser tratado na noite. Apresentou câmeras fotográficas de várias épocas
em breves palavras, repassando-as aos estudantes e comentando o que é
específico de cada uma. Nesse momento, já induzia sua palestra a seguir na
linha cronológica do tempo, no que diz respeito à evolução do fotojornalismo.
As primeiras câmeras digitais que
chegaram a Pelotas não eram muito boas, mas hoje existem máquinas excelentes.
Apesar disso, Rossi nos alertou que “ainda existem fotógrafos que utilizam o
filme e máquinas mais antigas. Não quiseram aderir a essa modernidade.”
Contudo, para ele, “a praticidade do digital é incomparável a do tempo do
filme.”
Segundo Paulo, o avanço tecnológico foi
essencial para o fotojornalismo. Ele nos citou um exemplo, que é a cobertura de
um jogo de futebol. Antigamente, o jornalista deveria tirar a foto, pegar um
carro, ir até o estúdio, revelar e secar a foto, passar no scanner para depois,
finalmente, ir para o jornal. Hoje em dia, é só tirar a foto, passar para o
computador, enviar por e-mail à edição e a foto já está publicada.
Para nos dar uma noção do quão grande
foi esse “salto” tecnológico, ele afirma: “hoje em dia, temos casos em que a
foto é publicada no site e o fotógrafo ainda está no campo, o jogo nem acabou.”
Fotografias são experiências. As de um jogo de futebol são mais uma.
O importante da fotografia é a gente
conseguir se expressar. Só existe um momento de apertar o botão, e devemos
esperar por este momento, pois será “A” foto. O prazeroso é o fotógrafo fazer a
foto, e não o computador. Rossi alerta: “Não sou contra o Photoshop e seus
similares, mas acho que eles deixam os fotógrafos muito preguiçosos.” Finaliza
defendendo sua empresa, dizendo: “não utilizamos a manipulação da imagem.
Utilizamos os retoques. Não mudamos, melhoramos. O ideal para a máquina pode
não ser o ideal para o fotógrafo. Depende do tipo de foto a ser tirada.”
Conforme o jornalista, o fator principal
da fotografia é a informação, o contexto que ela traz: “existem muitas fotos
feias no jornalismo, mas também existem fotos lindas que não têm nenhuma
informação. É preciso unir estética e informação. Precisamos de uma foto que
nos garanta. Não podemos voltar ao jornal sem nada”, alertou.
O sujeito deve saber operar a máquina
para reproduzir aquilo que está vendo. “No fotojornalismo a gente tem que
conseguir traduzir aquele evento em poucas imagens. A foto é um texto, e
devemos saber unir os elementos para construir com qualidade esse texto
visual”, completou Rossi, ressaltando que devemos olhar as imagens a fim de
aprender a lê-las.
O jornalista fez questão de enfatizar
também que essa contextualização por parte do fotojornalista dificilmente vem
igual à de outros profissionais. Exemplificou com sua vivência no Diário
Popular, dizendo: “Somos quatro colegas para a fotografia do jornal e todos
tipos de fotos, todas linguagens são diferentes, apesar da linha editorial ser
a mesma.” Cada um pode construir a sua imagem.
Paulo Rossi finalizou sua palestra com
perguntas da plateia e a apresentação de algumas de suas fotos, comentando-as.
Dentre os comentários, retornou à questão da tecnologia sempre presente no
fotojornalismo, atentando para as facilidades que o mundo moderno nos
viabiliza. Com o tempo se esgotando, o jornalista agradeceu a presença de todos
e encerrou-se o evento.
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